Brasil

Após desocupação de prédios, governo fala em terrorismo e cita prisões de financiadores

Após desocupação de prédios, governo fala em terrorismo e cita prisões de financiadores

Pouco depois do presidente Lula decretar intervenção federal no Distrito Federal por conta da invasão ao Congresso Nacional, em Brasília. O ministro da Justiça e da Segurança Pública do governo, Flávio Dino, fez um pronunciamento duro por volta das 20h30 (horário de Brasília) deste domingo.

O ministro informou que 170 pessoas foram presas em flagrantes, 40 ônibus que levaram manifestantes para Brasília foram detidos e seus financiadores identificados.

“As prisões em flagrante continuam, o flagrante ocorre durante o cometimento do crime ou logo após. As pessoas que estão sendo acompanhadas ainda estão a luz do código penal de flagrância, ainda não temos um balanço final e prisões continuarão sendo feitas nas próximas horas. Temos aproximadamente 40 ônibus apreendidos, já identificados todos os ônibus e os financiadores, de modo que nós teremos novos pedidos de prisão preventiva, em fase da gravidade do que foi efetuado”, comentou o ministro.

Em relação aos possíveis culpados pela invasão, Dino citou que o governador do DF, Ibaneis Rocha, irá apurar corretamente as responsabilidades.

“Nos dias que antecederam esses acontecimentos inéditos, houve uma preparação, reuniões em que o governo afirmou que a preparação que lhe cabe estava adequada. O governador Ibaneis, com toda certeza, ao efetuar um pedido de desculpas públicas, está reconhecendo que algo deu errado nesse planejamento e quero crer que vá apurar aqueles que não cumpriram seus deveres”, disse.

Flávio Dino reforçou que o que ocorreu na Praça dos Três Poderes foi terrorismo.

“Lamentamos que o patrimônio do povo brasileiro tenha sido delapidado de modo vil. Isso é terrorismo, é golpismo e sabemos que a imensa maioria dos brasileiros não querem a implementação desse tipo de trevas no Brasil. As ações não têm hora para acabar. Fazemos um apelo aos cidadãos e cidadãs que estejam em seus estados com posição extremista, que tenham bom senso, porque não vamos aceitar o caminho da criminalidade. Criminoso é tratado como criminoso”, explicou.

O ministro também informou que está trabalhando ao lado do interventor federal, Ricardo Garcia Cappelli, para tomar medidas e decisões. O próximo passo, disse Dino, é descobrir todos os financiadores de atos antidemocráticos.

Polícia Civil diz que 170 pessoas foram detidas

A polícia do Distrito Federal informou que 170 manifestantes foram detidos na invasão em Brasília neste domingo, 8.

“Já são 170 pessoas presas na operação de hoje. Os procedimentos policiais estão sendo finalizados pelas unidades do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da PCDF. Todos são suspeitos de participar dos atos criminosos praticados contra as sedes dos Poderes da República”, escreveram em sua conta oficial no Twitter.

A polícia do DF também informou que uma “equipe de papiloscopistas, peritos criminais e médicos legistas já estão em prontidão no Complexo da PCDF para atender a situações flagrâncias decorrentes da detenção dos suspeitos de cometer atos criminosos na Esplanada dos Ministérios”.

Na tarde deste domingo, 8, manifestantes invadiram o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto para pedir a renúncia do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). O petista, por sua vez, em entrevista coletiva, decretou intervenção federal em Brasília para restabelecer a ordem pública e afirmou que o responsáveis vão ser punidos para que nunca mais atos como esse voltem a acontecer no Brasil.