O diretor executivo da Visate, Gustavo Marques dos Santos, realizou coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (8) para falar sobre as paralisações dos funcionários da empresa. Conforme ele, a Prefeitura de Caxias do Sul deve cerca de R$ 26 milhões à companhia que presta o serviço de transporte coletivo urbano no município.
Segundo Gustavo, a responsabilidade de toda a situação é do próprio Poder Executivo. Ele ainda destacou que durante a pandemia a empresa teve perdas no número de usuários, e que apenas 70% destes retornaram ao serviço. Citou ainda outras prefeituras de diversas do Brasil que ajustaram o sistema, citando exemplos de Canoas, Gravataí e Porto Alegre, o que não teria acontecido na cidade da Serra Gaúcha.
“Caxias mal aportou R$4 milhões para pagar o 13º [salário] do ano passado. Então, isso que o Adiló [Didomenico] fala que o sistema está adequado, que a condição contratual está OK, está longe, tanto é que o ano passado nós entramos no Tribunal de Justiça pedindo uma mediação da prefeitura, porque mês a mês estávamos apresentando esse desequilíbrio, que no final do ano chegou a R$ 26 milhões”, destacou.
E complementou falando que alguns itens utilizados nos ônibus sofreram com aumentos no mercado.
Ela [Prefeitura] reconhece, depois de 12 reuniões ela não conseguiu chegar a uma denominador, é burocracia, eles não conseguem dizer se devem ou não devem esse valor, e isso vai se agravando dentro do sistema. Tu tira um aporte desse que era para ter entrado, em consequência disso houve os aumentos dos insumos. O óleo diesel aumento 50%, pneus 70%”.
O diretor executivo ainda falou que a questão de falta de ônibus e horários é uma questão que a Prefeitura deve buscar resolver. Está marcada para às 10 uma reunião de mediação entre Visate e Sindicato dos Rodoviários, esta acontecerá diretamente no Ministério do Trabalho.
Adiló diz que prefeitura não deve
Ainda na manhã desta terça-feira, o prefeito Adiló Didomenico (PSDB) se manifestou em entrevista ao “Bom Dia Trabalhador”, da Rádio Viva. Recentemente, a Prefeitura recebeu um subsídio de R$ 6 milhões do Governo Federal, e conforme o chefe do Executivo, após alguns percalços, na última sexta-feira (4), a administração decidiu como será feito o repasse à Visate, o que deve ocorrer nos últimos dias.
Mesmo assim, falou que tal a paralisação e a falta de pagamentos lhe pegou de surpresa.
“Então, é uma situação que nos deixa muito intrigados, e nós vamos agir com muito rigor em cima dessa situação. Não é possível deixar a população na mão, com falta de ônibus por causa de um recurso que veio para subsidiar. Ok, é um recurso que vai ser repassado para a empresa, e isso vai ser cumprido entre hoje e amanhã. Agora a empresa não podia deixar a população na mão, ela tem um compromisso”.
E concluiu falando que a Visate deve cumpriu com o contrato. Destacando que a paralização não se justifica.
“A nova licitação que foi feita, o contrato está rigorosamente em dia, a diferença é que deu em torno de R$4 milhões nós pagamos, repassamos à empresa, ou seja, desse contrato, dessa nova licitação, nós não devemos um centavo para a empresa. A empresa sim deve algumas explicação para a população porque seguidamente têm reclamações”.