Brasil

Alckmin inicia transição de governo e pede ‘agilidade’ na aprovação do novo orçamento

PT prometeu a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil, aumento do salário mínimo e a garantia do Bolsa Família em R$ 600

FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A manhã desta quinta-feira, 3, marca o início da transição de governo da gestão Jair Bolsonaro (PL) para a do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a reunião realizada com a equipe que coordenará a passagem da administração, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) falou com os jornalistas presentes e ressaltou sua preocupação com a aprovação do orçamento para o próximo ano. Na visão do ex-governador de São Paulo, é necessário “rapidez” e “agilidade” nos procedimentos transitórios para que a análise orçamentária não atrase e não serviços e obras não sejam paralisados. “A preocupação é manter o Bolsa Família de R$ 600. Para pagá-lo em janeiro há necessidade de, até 15 de dezembro, termos a autorização, a chamada PEC da transição e a lei orçamentaria, para não interromper serviços públicos ou paralisação de obras publicas”, explicou.

Alckmin também informou que haverá uma reunião com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na próxima segunda-feira, 7. No dia seguinte, o futuro vice-presidente voltará a se reunir com Marcelo Castro, o relator-geral do Orçamento de 2023, para seguir com os trabalhos da transição de governo. “A reunião foi proveitosa e tudo há de ser rápido, pois há uma série de procedimentos. A rapidez e a agilidade são importante. Vamos também procurar o presidente da Comissão Mista de Orçamento, o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA), e conversar com os presidentes da Câmara [Arthur Lira] e do Senado [Rodrigo Pacheco]”, finalizou.

Antes do início da primeira reunião da sucessão governamental, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) realizou um pronunciamento no Senado Federal e expressou sua preocupação com as promessas de campanha do Partido dos Trabalhadores. Segundo o parlamentar, não há espaço orçamentário para que as ideias petistas sejam implementadas sem que a legenda de esquerda aponte as fontes de custeio das medidas. Embora o político tenha ressaltado que haverá “boa vontade” por parte do Congresso Nacional, será preciso negociar as propostas de despesas sociais. “É preciso registrar as propostas, como é que estão pensando em fazer o atendimento de todas as demandas: se formos colocar a isenção do imposto de renda até 5 mil reais, o aumento real do salário mínimo como foi proposto, tudo isso daí você vai acrescentar e não tem espaço orçamentário”, disse.

Segundo Castro, o prazo para mudanças é curto e é necessário que o orçamento seja aprovado até o dia 17 de dezembro. “Nós precisamos que eles digam de onde tirar a fonte”, pontuou. A manutenção do Auxílio Brasil à partir de 2023 em R$ 600, além de um acréscimo de R$ 150 para famílias beneficiárias que tenham filhos de até 6 anos de idade. Segundo cálculos da equipe técnica do senador, o custo adicional dessa medida seria de R$ 70 bilhões.

Com informações da Jovem Pan