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Roberto Jefferson aguarda audiência de custódia no Rio de Janeiro

Ex-deputado atirou contra agentes da Polícia Federal que foram a sua residência para prendê-lo, após um mandado ser emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE

Roberto Jefferson aguarda audiência de custódia no Rio de Janeiro

O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) deu entrada no sistema prisional e encontra-se acautelado no presídio José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira, 24, após ter se rendido e sido detido na noite do último domingo (23). Ele aguarda pela audiência de custódia, que deve ser realizada ainda nesta segunda.

Roberto Jefferson efetuou diversos disparos de fuzil e jogar três granadas contra a Polícia Federal no domingo (23), quando agentes foram até a sua residência para cumprir uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e também presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que revogava a prisão domiciliar do ex-deputado e pedia que ele fosse levado para a cadeia.

Os disparos deixaram dois agentes feridos. Jefferson não possuía autorização para portar armas. O pedido de prisão de Moraes foi emitido pelo ex-deputado ter violado medidas de prisão domiciliar, mas, na sequência, após os ataques armados, um novo mandado foi expedido na acusação flagrante de tentativa de homicídio.

Roberto Jefferson se entrega e é preso no Rio de Janeiro após horas de resistência

Após resistir por horas e fazer ataques com granadas à Polícia Federal do Rio de Janeiro, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) se rendeu à prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no início da noite deste domingo, 23.

A rendição veio horas depois da primeira tentativa da organização de deter o investigado e contou com ajuda do ex-presidenciável Padre Kelmon, que realizou orações com Jefferson e o convenceu a se entregar. Ele saiu da sua residência escoltado em um carro da polícia. O ex-parlamentar irá realizar um exame de corpo de delito e depois será encaminhado para uma unidade prisional.

Repercussão no mundo político

“Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos”, escreveu Moraes após a rendição.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) também comentou a prisão. “O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio”, afirmou.

Em um primeiro momento, o ministro revogou a prisão domiciliar do ex-parlamentar após ele gravar um vídeo com ataques à ministra Cármen Lúcia, a quem chamou de “vagabunda” e “prostituta”. Contudo, um novo mandado de prisão foi emitido após ataques a policiais que cumpriam a primeira decisão judicial, permitindo que ele fosse detido a qualquer horário do dia. Agentes da Polícia Federal (PF) foram à casa de Jefferson, em Comendador Levy Gasparian, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, e foram atingidos por estilhaços de uma granada arremessada por ele contra a corporação.

“Como se vê, a conduta de ROBERTO JEFFERSON, ao atirar nos agentes policiais, configurar, em tese, duplo crime de homicídio, na forma tentada (art. 121 c/c art. 14, II, ambos do Código Penal), encontrando-se o agente em estado de flagrância, nos termos do art. 302 do Código de Processo Penal “, escreveu o ministro na segunda decisão.