Bento Gonçalves

Delegado de Bento Gonçalves alerta sobre golpes via redes sociais

Idoso é vítima de roubo a mão armada em Bento Gonçalves
Imagem: ARQUIVO LEOUVE

Há pouco mais de 1o ou 15 anos a população ouvia falar sobre os “golpes dos bilhetes premiados”, e em 2022 as ações de estelionatários seguem acontecendo e sendo manchetes, mas, agora, também na forma digital. Desde o início da pandemia os estelionatários têm intensificado suas ações via redes sociais e diariamente pessoas são vítimas em todo o Brasil. Os “métodos analógicos” ainda são utilizados e causam prejuízos.

Em 2021, a região da Serra Gaúcha viu os casos de estelionato crescerem de forma exponencial. Golpes através de aplicativos de mensagens e redes sociais causaram prejuízos para muitas pessoas. Em um dado apontado pela Polícia Civil de Bento Gonçalves, apenas no mês de julho daquele ano, foi calculado um prejuízo na casa de R$1 milhão.

Neste ano de 2022 os casos de estelionato seguem em alta em Bento Gonçalves. Conforme o Delegado Rodrigo Morale, responsável pela 2º Delegacia de Polícia da cidade, apenas no mês de agosto foram cerca de 40 registros (média superior a um caso por dia). A este número deve-se somar todas ocorrências que são encaminhadas à 1º Delegacia e, ainda existem os casos em que as vítimas não procuram a Polícia Civil.

Maioria dos golpes ocorre através de aplicativos de mensagem

Ainda segundo o Delegado Morale, a maioria dos caso que chegam à 2º Delegacia de Polícia são provenientes de golpes através de aplicativos de mensagem. Os criminosos utilizam deste meio para falsificar um perfil e se fazem passar por uma pessoa que teve algum problema e precisa de dinheiro de familiares.

o estelionatário costuma mandar mensagem falando que a teve de trocar de numero. ‘Meu número novo. Estou precisando de uma transferência’ e a vítima acaba acreditando. (…) Então as pessoas têm caído muito nesse golpe. São diversas ocorrências registradas e algumas pessoas fazem PIX de R$1.000, R$2.000, R$3.000. E a maioria dessas transferências são para a conta de terceiros. Não é nem para a conta do parente que [o estelionatário] se passa” frisa o Delegado.

Ao momento que os valores são repassados vão para contas que, segundo o Delegado, “às vezes são abertas fraudulentamente com documentos falsos. Então, eles fazem toda uma elaboração, até para que a própria Polícia não consiga chegar ao verdadeiro autor”. Apesar dos esforços dos criminosos, a investigação consegue chegar até eles. No último ano uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás prendeu membros de uma quadrilha de estelionatários em Bento Gonçalves.

Caso a pessoa desconfie de toda situação, deve procurar entrar em contato com a pessoa que está lhe pedindo dinheiro através do número de telefone ou perfil original. Uma ligação telefônica para confirmar se de fato o familiar precisa do depósito de valores pode evitar um grande transtorno.

Golpes dos nudes e grandes prejuízos

Uma variação do golpe que usa de perfis falsos para se passar por parentes da vítima é o “golpe do nude”. Nesta versão do crime, estelionatários criam contas (na maioria das vezes de jovens adultas ou até adolescentes) e adicionam outras pessoas. A partir do aceite, estes começam a enviar mensagens até que, dado momento, fazem a troca de fotos íntimas.

Quando a vítima envia as imagens, os estelionatários passam a extorquir esta pessoa para que faça o pagamento de altos valores. O Delegado Morale explica que após a troca de imagens, surgem outros números/perfis que entram em contato com a vítima. “Os criminosos utilizam muito imagens de policiais civis se passando por delegados, inspetores e acabam solicitando dinheiro a essa vítima para que não divulgue as fotos íntimas da mesma” frisa.

Se você está acabando conhecer uma pessoa em uma rede social, tente não trocar fotos, nada. Se quiser conversar, conversa. Mas evite se expor, porque essa exposição depois, se a pessoa está com a intenção de aplicar um golpe, se é um criminoso, vai tentar extorquir a vítima. E, por muitas vezes, as vítimas com medo de ter essa foto exposta acabam realizando os depósitos para esses criminosos” alerta. 

Mesmo que o golpe não seja consumado, deve-se procurar a Polícia Civil

Ao momento que a vítima constatar que caiu em um golpe ou confirmar que tudo não passa de ação de estelionatários, deve procurar a Polícia Civil. Através das informações entregues a investigação poderá buscar os responsáveis por causar tais prejuízos. Todavia, não é necessário que a pessoa vá até uma Delegacia de Polícia para confecção do boletim de ocorrências. Basta fazer o registro através da Delegacia Online