Polícia

Ataque a tiros em bar deixa área da segurança em alerta em Porto Alegre

Ataque a tiros em bar deixa área da segurança em alerta em Porto Alegre
Foto: Guilherme Almeida / Correio do Povo

A Polícia Civil e a Brigada Militar entraram em alerta após o ataque a tiros que deixou dois mortos e 23 feridos no final da noite desse domingo em um bar na rua Rio Grande, no bairro Campo Novo, na zona Sul de Porto Alegre. Prováveis integrantes de uma facção criminosa, armados com pistola e espingarda, desceram de um veículo e efetuaram os tiros contra quem estava no local. Houve pânico e correria entre as dezenas de frequentadores.

Três dos feridos estão em estado grave. No entanto, o número de pessoas com ferimentos pode até ser maior, pois muitas deixaram o local antes da chegada dos policiais e talvez não queiram nem registrar ocorrência. O Samu foi acionado para atender as vítimas, mas outras foram socorridas por populares. Os dois óbitos foram registrados durante a madrugada no Hospital de Pronto Socorro.

A 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ª DPHPP) já começou a investigar o atentado. Por sua vez, o 1º BPM reforçou o policiamento ostensivo na região e também em outras áreas onde podem ter relação com o atentado.

A equipe volante do Departamento de Homicídios esteve no local do ataque e ouviu informalmente cerca de 15 pessoas, incluindo alguns feridos. “Teremos de intimar de novo para ver se a gente consegue colher alguma característica destes autores”, observou o titular da 4ª DPHPP, delegado Rodrigo Pohlmann Garcia.

“Eles estavam em um veículo pequeno e escuro. Desse veículo saíram três, um com espingarda calibre 12 e dois com pistolas calibre nove milímetros. Aí começaram a efetuar disparos”, relatou, Os atiradores chegaram a correr até atrás das pessoas em um beco.

Sobre uma eventual reação a tiros contra o trio de alguém que estava no bar, o delegado Rodrigo Pohlmann Garcia disse que a informação terá de ser verificada pois ainda não foi confirmada.

Disparos aleatórios no bar

O titular da 4ª DPHPP acrescentou também que “tudo indica que atiraram de forma aleatória” contra quem encontrava-se no bar, mas outra possibilidade será apurada pelos agentes. “Tem relato que tinha um envolvido de participar de um outro atentado e poderia inicialmente ser alvo dos disparos”, assinalou.

Ele confirmou que a região tem atuação da facção criminosa oriunda da vila Cruzeiro do Sul. “Esse mesmo grupo que está em guerra agora é o mesmo que estava em guerra em maio”, constatou. “Tudo indica que esses últimos homicídios que estamos tendo podem estar relacionados a essa disputa”, adiantou, recordando como exemplo o caso da cabeça deixada recentemente na vila Cruzeiro do Sul. “Essa disputa está bastante acesa e ao que tudo indica tem relação”, avaliou. “Tudo vai ser apurado, está muito inicial…”, afirmou.

Neste sentido, o trabalho investigativo foi considerado prioridade. O delegado Rodrigo Pohlmann Garcia informou que informações já estão sendo trocadas com outras DPHPPs e até com a Brigada Militar.

Área de atuação de facções

O diretor da Divisão de Homicídios de Porto Alegre, delegado Eibert Moreira Neto, declarou igualmente que o bairro Campo Novo é uma área de atuação de “uma das facções que estão em disputa em Porto Alegre”. Conforme ele, “tudo indica que foi um ataque de outra facção”. Eibert Moreira Neto contou que muitas testemunhas avistaram dois veículos usados pelos atiradores, mas isso precisará ser melhor esclarecido na investigação.

Por sua vez, o subcomandante do 1º BPM, major Márcio Luiz da Costa Limeira, ressaltou o reforço do policiamento ostensivo em toda a zona Sul da Capital. “Seguimos com todos os esforços da Brigada Militar para que a gente possa dar uma resposta adequada a essa situação grave que ocorreu. A BM vem adotando ações para dar uma resposta qualificada”, garantiu.

“A BM tem colocado todos os recursos nesta contenção e vamos ampliar os esforços para evitar que fatos graves como esse ocorram novamente”, assegurou. “Vamos restaurar a tranquilidade”, enfatizou o major Márcio Luiz da Costa Limeira.

Segundo ele, em torno de 80 pessoas estavam na festa de aniversário do bar. “As informações estão sendo melhor apuradas”, declarou o oficial, que também recebeu a informação de que houve reação contra o ataque. Citou, como exemplo, que dois feridos socorridos estariam com uma pistola calibre 380. “O ambiente não é conflagrado e, por isso, até nos surpreendeu ter sido nesse o local”, apontou o subcomandante do 1º BPM.

Em nota oficial, a Brigada Militar informou que “continuará empregando todos os seus esforços para realizar uma resposta qualificada com foco na elucidação dos fatos, identificação de autores e ações que garantam a tranquilidade da população” e que “serão desenvolvidas operações e ações integradas envolvendo efetivos de diversas unidades policiais militares e outros órgãos de segurança”.

*Fonte Correio do Povo