Cidades

Empresa de Tramandaí é vítima de golpe milionário de estelionatários gaúchos e paulistas

Grupo de golpistas foi alvo de operação deflagrada no RS, SC e SP

(Foto: Polícia Civil)
(Foto: Polícia Civil)

Uma empresa de Tramandaí está entre as vítimas de um golpe milionário, aplicado por estelionatários gaúchos e paulistas e que teria lesado aproximadamente 30 empreendimentos. O esquema envolvia a oferta de falsos créditos da dívida pública, com deságio de 35% e foi alvo da operação Junk Bonds da Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (31).

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo nove em São Paulo, um em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul. Também houve bloqueios de contas vinculadas a 35 CNPJs e CPFs, restrição a cinco veículos. A investigação foi realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Viamão, que contou com apoio com o apoio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) de São Paulo para cumprir as ordens judiciais.

De acordo com a Polícia Civil, cinco pessoas são investigadas: dois advogados gaúchos, um de Canoas e outro de Porto Alegre, e três paulistas, sendo um advogado, um contador e um administrador.

A investigação confirmou a fraude contra duas empresas do Rio Grande do Sul no ano de 2018. A de Tramandaí atua na área de soluções ambientais. Outra é de Viamão, do setor de refrigeração. Juntas, elas tiveram um prejuízo de aproximadamente R$ 3 milhões. Os nomes não são divulgados. A suspeita é que outros 30 empreendimentos tenha sido alvo dos criminosos

Como funciona o golpe

Conforme a Polícia Civil, as empresas vítimas eram atraídas através de dois intermediários, que ofereciam compensação tributária por meio de créditos pertencentes à empresa dos golpistas, os quais estariam alocados no Ministério da Fazenda. Os créditos eram vendidos com deságio de 35%, o que seria um negócio aparentemente vantajoso.

A investigação, no entanto, verificou que o suposto crédito era referente a um título da dívida pública prescrito e que a operação era totalmente ilegal. Os golpistas firmavam contratos com as vítimas para dar credibilidade à operação fraudulenta prometendo a suposta transferência dos créditos e enviavam documentos de protocolos junto à Secretaria do Tesouro Nacional parecendo que a compensação estava sendo efetivada.

Com procuração das vítimas, a empresa golpista também zerava a base de cálculo dos tributos devidos na Receita Federal para parecer que a compensação de fato estava sendo efetivada.

Fonte: Litoral na Rede