Uma obra de uma casa às margens de um barranco no bairro Humaitá, em Bento Gonçalves, tem chamado a atenção ao longo de 2022. A estrutura foi erguida encostada no muro de um prédio residencial e está muito próximo ao limite de um precipício. Na base, passa o trilho da malha ferroviária da cidade, que vai até Carlos Barbosa.
A construção irregular causa desconforto e incômodo aos moradores dos arredores. Tamanho o descontentamento que a a vizinhança procurou o poder público municipal para indagar a respeito de como que o projeto pôde ser executado em um local perigoso e colado a um prédio residencial. A prefeitura de Bento Gonçalves informou que “junto ao Município a obra foi embargada, porém o proprietário apresentou um documento onde a Rumo (responsável pelos trilhos) autorizou a construção. Mesmo assim o IPURB notificou e deu a negativa para aprovação da edificação.”
O poder público também foi questionado se o proprietário da obra deveria desmanchar e remover a estrutura da casa, porém, até o fechamento desta matéria a pergunta não foi respondida.
Procurada pela equipe de reportagem, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) manifestou-se através de nota. No posicionamento, a agência confirmou ter conhecimento da situação e procurou a empresa responsável.
“A Agência Nacional de Transportes Terrestre tem conhecimento da denúncia de invasão na faixa de domínio da linha férrea entre Jaboticaba (RS) e Carlos Barbosa (RS), que é concedida à Rumo Malha Sul. A ferrovia está em operação somente entre Bento Gonçalves (RS) e Carlos Barbosa – o restante está desativado pela Concessionária. A Agência esclarece que a Rumo Malha Sul foi acionada para prestar informações sobre as ações de integridade do trecho.”
Também através de nota, a Rumo, companhia responsável pelo trecho, posicionou-se afirmando que “está apurando os fatos e uma equipe irá até o local nos próximos dias para verificar a área“. Caso seja comprovada a ocupação irregular, ações serão tomadas.
A Rumo esclarece ainda que procura impedir as ocupações irregulares em locais sob sua concessão. Sempre que constatada a irregularidade, adota as medidas administrativas necessárias para a reintegração de posse, visando a segurança da operação ferroviária e da população.
Agora a companhia responsável pelo trecho irá investigar a situação da estrutura construída e, posteriormente, deverá tomar alguma medida referente ao caso. A população aguarda pelo desfecho da história.