O meio rádio do Rio Grande do Sul dá adeus neste 13 de julho de um dos seus mais intensos colaboradores. O técnico em radiodifusão Olímpio Tocchetto faleceu nesta madrugada aos 96 anos. Ele era viúvo de Beatriz e deixa os filhos Ivan, Homero e Ronald.
Olímpio é figura muito presente na obra do também falecido Alceu Salvi Souto “Rádio Viva, Uma História de 50 anos”. Numa época em que a televisão estava por nascer e em que a telefonia era rudimentar, ainda na primeira metade do século 20, Olímpio Tocchetto descobriu nos transistores, resistências e válvulas uma paixão que o acompanharia até seus últimos anos.
Ele atuou como técnico na rádio Difusora (ZYQ5), fundada por Luís Neves em 1947. Foi responsável como técnico de som pelas inúmeras transmissões externas, o que era uma necessidade para a época e que ajudou a tornar o rádio tão popular.
No Grupo RSCom ajudou a colocar no ar ainda as rádios 92.5 FM e 1070. Saiam de sua cabeça e eram elaboradas com habilidade manual as mesas e maletas para as transmissões externas. Como precursor e profissional competente prestou consultorias e trabalhos a diversas emissoras do estado, sendo decisivo em coberturas importantes da sociedade local, ou das partidas de futebol do Esportivo.
Tocchetto viveu plenamente a era de ouro do rádio, quando famílias e vizinhos se sentavam em torno de raros receptores para ouvir os acontecimentos mais importantes. A morte de Getúlio Vargas em 1954, os primeiros êxitos da seleção brasileira ou o movimento da Legalidade em 1964. Depois viu chegar a rádio FM, a telefonia celular e toda uma evolução tecnológica. Bento Gonçalves se despede de um dos principais artífices do rádio local. Deixa um grande legado e parte antes que as emissoras de Amplitude Modulada, com os dias contados, saiam de cena.
O velório está sendo realizado nas capelas São José com sepultamento previsto para as 16h30min.