Flores da Cunha

Homem que matou companheira em Flores da Cunha em 2020 é condenado a mais de 16 anos de prisão

JULGAMENTO
Imagem: Rafaela Grandi

Ocorreu durante esta terça-feira (12), o julgamento de Flávio Sidinei Bett, acusado por ter matado sua companheira, Maria José Wolff, em julho de 2020. Desde o crime, o acusado estava detido em regime fechado.  O julgamento teve início pela manhã por volta das 9h com o sorteio dos componentes do júri, seguido pelo interrogatório do réu.

Em seguida, o promotor de Flores da Cunha, Stéfano Lobato Kaltbach, responsável pela acusação teve tempo para mostrar as provas sobre o crime. O julgamento ainda teve a participação de Airton Barbosa de Almeida, advogado de defesa do acusado. Estiveram presentes familiares, do réu, bem como da vítima.

Durante a sessão, duas testemunhas estiveram presentes. Uma delas foi Aline Martinelli, que, à época, era delegada de Polícia Civil de Flores da Cunha, e um policial que realizou o atendimento da ocorrência. Os trabalhos foram conduzidos, pelo juiz Daniel da Silva Luz, que assumiu a comarca local no início deste ano.

“O que a gente teve hoje foi o Tribunal do Júri. O Tribunal do Júri é uma forma de julgamento dos crimes contra a vida e esse julgamento é feito pelos cidadãos. No caso, sete cidadãos sorteados, entre pessoas idôneas que deram essa decisão e coube a mim, juiz, só fazer o que chamam, que é a dosimetria da pena que calcula a pena em cima da decisão dos cidadões de Flores da Cunha. Então, o júri, é a manifestação máxima da supremacia do Estado na forma dos cidadãos, a fim de preservar o direito à vida, que é o direito de todos, ” relata o juiz Daniel da Silva Luz.

Veredito

Após horas de sessão, os jurados se reuniram para dar a decisão final sobre a condenação ou absolvição do réu. Conforme a repórter Rafaela Grandi, que esteve no julgamento, Flávio Sidinei Bett foi condenado por feminicídio e incêndio. As penas são de 12 anos pelo primeiro e quatro anos três meses e 20 dias pelo segundo.

“Parece-me que o julgamento transcorreu bem dentro daquilo que a prova do processo nos autorizava a fazer. E o Conselho de sentença decidiu de maneira equânime e justa com relação às acusações. Penso que é uma mostra, mais uma vez, de uma cidade organizada, ordeira, que quer a paz e a tranquilidade sociais e dão essa resposta à comunidade nos julgamentos pelo plenário do júri. Porque, afinal de contas, nós não podemos mais tolerar essa violência contra as mulheres no geral, tanto da violência doméstica quanto de outras formas de violência. E a comunidade, então, traz isso num julgamento nos plenários do júri. Penso que foi um resultado justo. Foi um resultado lastreado na prova do processo e vamos aguardar para ver se haverá algum recurso por parte da defesa técnica” relata o promotor Stéfano Lobato Kaltbach.

Relembre o caso

Maria José Wolff, que tinha 39 anos de idade, morreu carbonizada na madrugada do dia 17 de julho de 2020, em sua casa, localizada na rua Dom Finotti, no bairro São José, em Flores da Cunha. A vítima tinha três filhos.

Uma noite antes do crime, a Brigada Militar (BM), foi até a mesma moradia porque a mulher disse que seu companheiro chegou bêbado, e tentou sufocá-la apertando seu pescoço. Quando os agentes chegara, ele (Flávio) estava do lado de fora da casa e afirmou para os policiais, que houve uma briga entre eles.

Depois da discussão, o homem foi para casa de uma tia no interior do município. Mas horas depois ele voltou para a residência do casal, agrediu a companheira e ateou fogo na moradia. Os exames apontaram que Maria Wolff tinha sinais de traumatismo craniano.