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Pressionado, José Mauro Coelho pede demissão e deixa a presidência da Petrobras

Pressionado, José Mauro Coelho pede demissão e deixa a presidência da Petrobras

A Petrobras informou, nesta segunda-feira (20) que José Mauro Coelho pediu demissão da presidência e, também, do Conselho de Administração da companhia. O anúncio foi feito quase um mês após o executivo começar a ser pressionado pelo governo diante reajuste no preço de combustíveis.

“A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora”, disse a companhia em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Terceiro executivo a comandar a estatal no governo Jair Bolsonaro, José Mauro Coelho ficou no cargo pouco mais de dois meses – foi o segundo menor período de gestão da empresa desde o fim da ditadura militar.

A saída dele era aguardada a cerca de um mês. Na ocasião, o Ministério de Minas e Energia alegou que “diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”.

Os dois executivos que precederam José Mauro na presidência da Petrobras – Roberto Castello Branco e o general Joaquim Silva e Luna – também deixaram o comando da estatal diante pressão do próprio governo por conta do reajuste de preços do diesel e da gasolina.

Histórico de demissões
José Mauro Ferreira Coelho foi o terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro. O primeiro a assumir o comando da estatal durante o governo do presidente Jair Bolsonaro foi o economista Roberto Castello Branco, indicado logo após as eleições de 2018.

Castello Branco foi nomeado para cargo em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro do ano passado pelo presidente, que alegou estar insatisfeito com os reajustes nos preços de combustíveis durante a gestão do economista.

O nome indicado para substituir Castello Branco foi o general Joaquim Silva e Luna. O militar tomou posse do cargo em abril de 2021 e permaneceu no posto até março deste ano.

O general permaneceu 343 dias no cargo e foi demitido em abril deste ano por ter seguido a lógica de mercado para definição dos preços. Após a saída de Silva e Luna, o governo chegou a indicar os nomes do economista Adriano Pires e do empresário Rodolfo Landim para assumir o comando da estatal, no entanto, ambos informaram que não poderiam assumir os postos.

Em abril, o governo indicou José Mauro Coelho para assumir o comando da estatal. O executivo assumiu a presidência da Petrobras no dia 14 do mês passado.