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Luiza Trajano, do Magazine Luiza, deixa lista de bilionários da Forbes

Ações da varejista reportaram queda 90% nos últimos 11 meses.

Luiza Trajano, do Magazine Luiza, deixa lista de bilionários da Forbes

A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza (MGLU3), deixou a lista de bilionários da Revista Forbes. Isso porque as ações da varejista reportaram queda 90% nos últimos 11 meses. Para se ter ideia, o papel da companhia estava cotado em torno de R$ 2,55 nesta sexta-feira (17).

Entretanto, poucos anos atrás a ação da companhia era cotada acima dos R$ 100, principalmente quando a empresa conseguiu se manter ativa mesmo durante o pico da pandemia do novo coronavírus, cujo lockdown obrigou o fechamento de suas muitas lojas Brasil afora.

À época, o presidente da empresa, Frederico Trajano, declarou que a companhia tinha caixa para manter suas lojas fechadas e sem demitir por até dois anos. A declaração se deu em maio de 2020. Em 13 de outubro de 2020 a ação da companhia havia ultrapassado os R$ 100.

Entretanto, menos de um ano depois, em 17 de junho de 2021, a ação estava cotada em R$ 22, um movimento descendente que vem fustigando os papéis da varejista até ao dia de hoje.

Os fatores que puxam o Magazine Luzia para o chão
A razão para a queda tão brusca das ações do Magazine Luiza (MGLU3), segundo analistas, é a pressão inflacionária cujo resultado se reflete na elevação dos preços. Ou seja, com tudo mais caro e as famílias com menos dinheiro no bolso, a prioridade é comprar comida e não trocar a geladeira ou o sofá. Ao menos por enquanto.

Outro fator seria a concorrência no setor, que sempre foi canibalizado. Tanto é assim que alguns presidentes de empresas de varejo solicitaram ao governo formas de controlar o acesso de companhias de varejo estrangeiras, que geram “concorrência desleal” e implicam o mercado, colocando em xeque também o emprego dos funcionários das companhias brasileiras.

Estes empresários não se opõem às companhias estrangeiras, mas pedem que estas tenham o mesmo volume de obrigações fiscais e trabalhistas como seus pares nacionais. Acontece que o mercado eletrônico e a falta de uma legislação adequada para ele acabou beneficiando algumas operações em detrimento de outras.

Luiza Trajano
Quanto à empresária Luiza Helena Trajano, na lista publicada pela Forbes em abril deste ano ela figurava na 26º colocação no ranking brasileiro e estava na posição 2076 no ranking mundial. Segundo o Estadão, a fortuna dela era estimada em US$ 1,4 bilhão (R$ 6,5 bilhões). Em julho do ano passado, a fortuna de Trajano bateu um recorde ao atingir US$ 5,6 bilhões (R$ 28,6 bilhões) e está em queda desde então.

Por enquanto a Forbes não informou em que patamar está a fortuna da empresária, hoje. Ela possui 17% do Magazine Luiza e ocupa o cargo de chairman desde 2015, quando deixou o posto de CEO para o seu filho Frederico Trajano. Vale lembrar que a companhia é uma empresa familiar e foi fundada pelos tios de Luiza Trajano. Ela começou a trabalhar na empresa quando esta era apenas uma loja em Franca (SP). Atualmente, a rede tem lojas por boa parte do país, incluindo o Rio de Janeiro, Estado que o grupo tinha restrições de montar um Centro de Distribuição (CD) por conta dos altos índices de roubo de cargas. Entretanto, parece que esse temor ficou para trás.

Operações
De acordo com informações que constam no site da varejista, em 2021 a soma de todas as vendas feitas pelo Magalu (online e offline) atingiu R$ 56,0 bilhões. A rede opera 1477 lojas físicas, distribuídas por mais de 830 cidades, de 21 Estados, e que vêm rapidamente se transformando em centros avançados de distribuição dos produtos da empresa e de sellers, vendidos online.