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Mercado dá como certa Selic a 13,25%; veja como investir

Mercado dá como certa Selic a 13,25%; veja como investir

Começa nesta terça-feira (14) e segue até quarta (15) a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para definir a taxa de juros, Selic. Atualmente ela se encontra em 12,75%, e o resultado da reunião deve ser Selic a 13,25% na opinião da maioria do mercado. A grande questão, porém, será se esta alta de 0,5 ponto porcentual será a última do ciclo ou se ainda se pode esperar mais uma subida da Selic na reunião de 3 de agosto.

Para a EQI Asset, a Selic sobe 0,5% agora e mais 0,5% na próxima reunião, atingindo uma leitura final de 13,75% ao ano.

O BTG Pactual (BPAC11) estimava Selic final a 13,25%, mas, devido ao cenário macro, revisou para cima sua projeção, também chegando a 13,75%.

“Nesta quarta-feira, o Banco Central, mais do que indicar uma elevação de 50bps, deverá sinalizar que o ciclo de ajuste monetário continua e, caso opte por uma postura mais hawkish, deixa em aberto o ritmo de ajuste do próximo passo”, afirma o banco.

Levantamento do jornal Valor mostra que é consenso no mercado a alta de 0,5 p.p. Vale lembrar que Boletim Focus, do Banco Central, segue sem divulgação, devido à greve dos servidores, o que dificulta as projeções para os principais indicadores econômicos.

Selic a 13,25% e cenário macro
O cenário global se manteve com os mesmos desafios: apesar da redução do lockdown em importantes cidades chinesas, a extensão do conflito no Leste-europeu mantém pressionados os preços de commodities e bens industriais. No Brasil, medidas de combate à inflação chegaram ao Congresso, e podem significar forte redução na inflação de 2022, mas mantêm pressionadas as expectativas para 2023, acima do teto da meta também para o próximo ano.

Por conta disso, Elias Wiggers, assessor de investimentos da EQI, acredita que o Copom deverá manter o tom neutro, sem indicar desta vez se o final do ciclo já chegou ou quando será. “O fim do ciclo está não está tão longe, mas também não vai ser anunciado desta vez. Talvez na próxima reunião, que acontece depois de 45 dias”, afirma Elias.

“O comunicado de amanhã tende a ser neutro. O Copom não deve dizer quando será o fim do ciclo de alta, até porque o cenário internacional ainda é muito desafiador. É provável que ainda sejam necessários ajustes”, diz.

Selic a 13,25%: como ficam seus investimentos?
Para Elias Wiggers, uma Selic desta magnitude não é novidade para o mercado, que já vinha trabalhando com esses patamares desde o início do ano. E isto significa que as recomendações para os investimentos seguem as mesmas. “Já vínhamos recomendando aos clientes atrelar boa parte do patrimônio à renda fixa. Pós-fixados estão em elevação, pré-fixados já estão interessantes, porque os contratos de DI futuro já precificam essa Selic mais alta”, ele diz.

E complementa:
“ Para quem pensa mais a longo prazo, vale aproveitar IPCA+, que tem bastante gordura pra aproveitar para períodos maiores do que 5, 6, 7 anos. Tem muita coisa aparecendo”, afirma.

Uma das recomendações da EQI, inclusive, é alongar o prazo de vencimento dos títulos, negociando os mesmos no mercado secundário. Já quanto à renda variável, segue a cautela: “Recomendamos muita cautela na exposição à renda variável, enquanto esse patamar de juro perdurar”, afirma.

O que é a Selic?
A taxa é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato. O que incentiva a produção e o consumo, mas reduz o controle da inflação.

Em sentido contrário, quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, seu objetivo é conter a demanda aquecida. Isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Saber sobre a taxa Selic é importante para o investidor, porque a taxa funciona como um norte para montar uma boa carteira de investimentos.

A regra é: com a taxa de juros baixa, os rendimentos da renda fixa deixam de ser tão atrativos. Por outro lado, com taxa de juros alta, a renda fixa volta a ganhar destaque. Mas é importante entender que uma carteira equilibrada não foca apenas em um tipo de ativo. É preciso “distribuir os ovos em mais cestas”, como estratégia de defesa e diversificação, equilibrando o desempenho dos ativos.