Caxias do Sul

Entrevista: Caxias do Sul possui mais de 690 focos do mosquito transmissor da dengue

Crescente número de casos continua sendo preocupação no município

(Foto: Jornal da Manhã JP/Reprodução)
(Foto: Jornal da Manhã JP/Reprodução)


O monitoramento de focos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, ocorre durante o ano todo pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através das equipes de Vigilância Ambiental em Saúde. Em entrevista ao Grupo RSCOM, o diretor técnico da Vigilância Ambiental, Rogério Poleto, relata a situação de Caxias do Sul em relação ao número exacerbado de focos e casos de dengue.

“Estamos em uma situação que não tínhamos visto ainda: são muitos focos do mosquito. Somente nesse ano, são mais de 694 focos. Para se ter uma ideia, no ano passado, em 2021, foram 209 focos se comparado ao mesmo período desse ano. Então já é um número muito maior num período mais curto”, relata o diretor. “Estamos entrando em um período frio e ainda ainda estamos encontrando focos do mosquito”.

Além disso, Rogério amplia que o Aedes aegypti, ao contrário do que muitos pensam, está adaptado ao frio, às altitudes e climas subtropicais. Ou seja, em todas as estações do ano deve-se cumprir com as tarefas básicas para evitar a proliferação dos focos e da doença.

Sobre a forma de trabalho realizado pela Vigilância Ambiental em Saúde, Poleto explica que as equipes possuem rotinas, onde são dividas em grupos que fazem visitações em residências, terrenos baldios, comércios e indústrias. “A gente separa a cidade em vários bairros, cada equipe trabalha em bairros diferentes, e vão tentando trabalhar em 100% desses bairros. Além disso, nós temos pontos estratégicos cadastrados. Então, são locais que facilmente possuem acúmulo de água que são em ferros velhos, em floriculturas, borracharias, enfim, pela característica de trabalho. Então, esses locais a gente visita quinzenalmente. Além de tudo isso, temos a central de denúncia que a população de Caxias pode fazer via Alô Caxias – 156, e ai vamos no local”. Rogério ainda salienta que uma forma de trabalho do órgão visa na delimitação, onde se faz o mapeamento da região que possuía o foco do mosquito ou de larvas, para tentar diminuir a população de Aedes aegypti, além do acompanhamento da dengue em casos suspeitos ou ativos em humanos com tratamentos.

Além disso, a contagem dos focos do mosquito transmissor da dengue é realizada por local encontrado, ou seja, em cada residência, terreno, que continham objetos com água parada ou outros recipientes. Rogério ainda ressaltou que, dessas descobertas de focos, muitos mosquitos possuem diferenças e inclusive, outras espécies.

Em Caxias do Sul, atualmente, são 7 casos de dengue autóctones, ou seja, que contraíram a doença na cidade, 19 casos confirmados em pessoas que viajaram para outros municípios com infestação e 63 casos suspeitos que aguardam resultados. Conforme Poleto, infelizmente, muitos casos são reincidentes, que já contraíram a doença em momentos anteriores, além de já terem sido coletadas larvas no momento da visita e serem orientados pelas equipes.

Sintomas que podem indicar dengue:

Febre, usualmente entre 2 e 7 dias;
Diarreia/náusea/vômito;
Erupção avermelhada na pele;
Dores musculares ou nas articulações;
Dor de cabeça ou dor nos olhos.

Orientações para evitar a proliferação:

Limpar com escovação semanal o recipiente de água dos animais domésticos;
Recolher o lixo do pátio;
Colocar o lixo ensacado para ser recolhido pela Codeca;
Recolher pneus inservíveis e armazená-los em locais secos e protegidos da chuva, ou encaminhá-los à Central de Armazenamento de Pneus Inservíveis da Codeca;
Tampar caixas d’água;
Colocar telas milimétricas em caixas d’águas descobertas, reservatórios de captação de água da chuva e nos ralos;
Limpar as calhas;
Semanalmente, lavar e escovar piscinas plásticas, trocando a água;
Eliminar os pratinhos das plantas.

Confira a entrevista completa: