Comportamento

Técnico Agrícola projeta impacto rural da chegada de ciclone no RS

Ciclone chegará nesta terça-feira (17)

Foto: MetSul
Foto: MetSul

Os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estão em alerta para uma passagem de um ciclone, frio intenso e chance de neve congelada nesta terça (17) e quarta-feira (18). O alerta é da MetSul Meteorologia. O ciclone será intenso e atípico, podendo adquirir características subtropicais e apresentará uma trajetória incomum alcançando o mar em direção ao continente como uma baixa retrógrada e deve margear o litoral gaúcho e após avançar para a costa catarinense, quando passará a se movimentar no sentido Leste.

O Estado do Rio Grande do Sul vai ser o mais afetado com rajadas intensas e ventos extremamente fortes em algumas áreas. De acordo com o Técnico Agrícola da Prefeitura de Caxias do Sul, Rudinei Marcos Giacomelli, o ciclone pode trazer grandes prejuízos para a agricultura da região. “Ele (ciclone) pode causar queda antecipada de folhas, seja de parreiras, seja de qualquer frutícola, pois todas as frutícolas são plantas que, depois da época da produção, acumulam reservas para o próximo período vegetativo e produtivo. A queda dessas folhas será prejudicada pela baixa quantidade de reservas que esta planta vai conseguir acumular” disse Giacomelli.

Além das perdas que o ciclone pode vir a trazer, Giacomelli relembrou os prejuízos dos agricultores enfrentados pela seca. “Além da possibilidade de danos como queda de ramos, não podemos nos esquecer que estamos saindo de uma seca que vem há três anos castigando a região, inclusive, chuva de pedra”, destacou o técnico.

Para as olerícolas, principalmente as folhosas como alface, plantas que sofrem com chuva forte, pode haver um dano muito grande por conta da areia e do barro para cima das plantas. Giacomelli explica que própria queda de folhas pode danificar a planta, pois ela sendo nova, o machucado pode ser uma porta de entrada para doenças e fungos ou até uma perda muito grande na produção.

O técnico agrícola revela que não há uma manobra efetiva para prevenir o número de estragos. “É bem complicado, pois o próprio produtor faz quebra vento, barrerias físicas para proteger os pomares na olericultura. O que não está dentro de estufas, sendo que a própria estufa pode danificar. Mas não há muito o que fazer. Safra de milho há uma preocupação de queda dessas plantas ou mesmo a desfolha delas, pois o vento castiga, quebrando e machucando a folha depreciando ainda mais a qualidade. Quem conseguiu plantar tarde e escapar da seca que castigou, agora pode ser castigado por este ciclone” disse Rodinei.

Giacomelli ainda destacou que o próprio instituto de meteorologia revela que fazem 40 anos que não há um fenômeno dessa natureza na nossa região. “A gente espera que não atinja muito, que fique mais no litoral” finalizou o técnico.