2022 marcou, até o momento, um alívio na pandemia de Coronavírus que assolou o planeta por dois anos. Por outro lado, os casos de infecção pelo vírus Influenza tiveram uma disparada nestes primeiros cinco meses do ano. Em Bento Gonçalves não é diferente, as equipes médicas têm visto um grande aumento na procura por atendimentos por sintomas gripais nos consultórios particulares e públicos. A situação teve um acréscimo exponencial de casos no mês de maio.
Conforme dados do poder público, já são mais de 70 casos confirmados de Influenza na cidade. Entretanto, os números são ainda maiores uma vez que muitos pacientes procuram atendimentos no setor privado ou, ainda, nem sequer buscam auxilio profissional. A equipe de reportagem conversou com médicos atuantes em Bento Gonçalves e foi confirmado que em 2022 muitos casos de Influenza A têm sido atendidos.
Apesar de até o momento nenhum óbito ter sido registrado em virtude do vírus da influenza em Bento Gonçalves, uma “gripezinha” pode matar. Em um panorama mundial, segundo a Biblioteca Virtual em Saúde são registrados, anualmente, quase meio milhão de falecimentos por doenças respiratórias relacionadas à influenza.
Diante da situação, o Portal Leouve conversou com a médica infectologista Isabele Berti. Ela, que trabalha no Hospital Tacchini em Bento Gonçalves falou sobre a influenza, seus sintomas, a importância da vacina para que casos graves sejam evitados, bem como outros cuidados que a população deve tomar.
“A Influenza é um grupo de vírus que tem um potencial de disseminação por via respiratória, então é a nossa famosa gripe que é uma doença viral. Nós temos diversos tipos de influenza, alguns de maior preocupação outros são vírus mais ‘serenos’, digamos assim. Nesse momento precisamos ter maior atenção ao H1N1, que é a influenza do tipo H1N1, que tivemos lá no passado um surto, uma epidemia que nos abriu os olhos para potenciais complicações. Então, nós temos que ter muito cuidado e, principalmente, cuidar a questão vacinal, que já está disponível para essas populações em si e fortalecer a vacina, porquê isso previne complicações.“
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A médica também ressaltou os cuidados que as pessoas devem ter, principalmente nesta época de inverno, quando, por conta do frio, existe o hábito de não abrir janelas e, assim, reduzir a circulação do ar por ambientes fechados.
“Os principais cuidados são aqueles que se vem falando nesses dois anos de pandemia. Preferência por distanciamento, manter distanciamento entre as pessoas, locais muito aglomerados. Agora é que está ficando o frio, que está vindo o inverno, temos o hábito, costume de manter janelas fechadas, (…) temos que cuidar, manter sempre que possível a circulação de ar. Higiene de mãos é fundamental, porque botamos a mão na boca, no nariz e no rosto [isso] depois cumprimentando as pessoas, tocando em maçanetas, em porta, o que acaba contaminando outras pessoas.
Dentro de ambientes hospitalares ainda, o uso de máscara é fundamental. Sempre que pudermos evitar locais com muita aglomeração de pessoas também. E a vacinação. A vacina tanto para influenza quando para covid, vem para nos trazer muitos benefícios e reduzir as infecções e reduzir também o risco de complicações. Então, é fundamental que a gente siga vacinando e fazendo os reforços que são necessários.” Finaliza.
Ainda sobre a vacinação, a enfermeira chefe da Clínica Vaccinare, Tânia Somensi, os casos de influenza aumentaram em consideravelmente nas últimas semanas. Desta forma, a aplicação da vacina é de grande importância para mitigar as chances de evolução de casos para situações graves onde o paciente corre risco de vida.
Atualmente a vacinação está disponível tanto no sistema privado para todas faixas etárias e, através do sistema público de saúde para crianças de 05 a 09 anos e adultos de 55 anos ou mais.
