Na manhã desta terça-feira (19), prefeitos, vereadores, representantes do empresariado, líderes de bancadas e deputados estiveram na Assembleia Legislativa debatendo sobre o resultado do leilão do bloco 3, realizado na semana passada pelo governo estadual, concedendo à iniciativa privada a exploração por 30 anos de 271,5 km de estradas gaúchas, da Serra ao Vale do Caí, com tarifas que vão de R$ 6,85 a R$ 9.83.
Outro ponto ressaltado na reunião, foi a falta de concorrência na disputa, sendo apenas uma empresa que se habilitou a participar, oferecendo um deságio de apenas 1,3% no valor da cobrança, contra mais de 50% em outros leilões, além da inexistência de diálogo real por parte do executivo gaúcho. O deputado estadual, Pepe Vargas (PT), relata que neste momento é importante que a comunidade se manifeste junto ao Governo do RS, para que o governador Ranolfo Vieira Júnior não homologue esta licitação.
“Há uma unanimidade de que o modelo é muito caro. Não foi por falta de aviso. Nós vinhamos dizendo isto desde o início do processo quando o governo do Estado apresentou sua modelagem. O encaminhamento dado vai ser solicitado ao Governo do RS para que ele não homologue essa licitação. Quando o licitante apresenta uma proposta de 1,3% de desconto, quando todas as concessões feitas ao longo da história, e os descontos foram de 40% a 54%, é porque estava muito seguro que não iria ter concorrência, que só ele disputaria essa licitação. O processo está errado e esperamos que o governo não homologue este leilão”, enfatiza Pepe.
Após ouvir os participantes, cuja opinião unânime foi a de que há necessidade do governo reconsiderar o modelo apresentado e não homologar o resultado do certame, o presidente do Parlamento gaúcho, deputado Valdeci Oliveira (PT), propôs ponderar junto ao governador, com quem tem uma reunião agendada para a tarde de quarta-feira (20), para que ele receba uma comitiva representativa.
“Veja que para vir de automóvel de Caxias e região à Porto Alegre, vai custar R$ 40. Este valor será corrigido com a inflação daqui um ano quando começar a ser cobrado o pedágio. Uma carreta bitrem vai pagar R$ 219,00, só que daqui 12 meses pode colocar mais uns R$ 15 ou 20 em cima. Imagina pagar R$ 230 uma carreta. Isto terá custos para o frete, às mercadorias e às pessoas. É um modelo caríssimo, um fardo extremamente pesado para sociedade ter que pagar durante 30 anos” finalizou Vargas.
