Polícia

Após reação das forças de segurança, alta de homicídios em março é contida em 4,3% no RS

Foto: Imagem ilustrativa / Paula Brunetto / Grupo RSCOM
Foto: Imagem ilustrativa / Paula Brunetto / Grupo RSCOM

Em ponto fora da curva da tendência apresentada até fevereiro deste ano, o número de vítimas de homicídios no RS teve ligeira alta em março, de 4,3%, passando de 138 em 2021 para 144 neste ano. Ainda assim, o índice é o segundo menor para o mês desde 2007, última vez em que o número ficou abaixo da marca atual, além do ano passado. Comparado com a marca de 2018, antes da implantação do programa RS Seguro, quando o Estado registrou 250 assassinatos apenas em março, o total do mês em 2022 ainda representa uma retração de 42,4%.

A ligeira elevação apresentada é resultado de um conflito hiperlocalizado e pontual entre dois grupos criminosos em bairros da zona sul de Porto Alegre, concentrado na segunda quinzena de março. Os confrontos fizeram subir de 21 para 35 (66,7%) o número de vítimas na cidade, na comparação do terceiro mês deste ano com igual período do ano anterior. Assim como no Estado, em relação ao dado de 2018, quando houve 61 homicídios na Capital, o índice em março em 2022 ainda representa queda, de 42,6%.

A rápida identificação do acirramento desse conflito localizado em Porto Alegre, a partir do monitoramento intensivo realizado pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg), permitiu às forças do Estado articular uma série de medidas de reação, que possibilitaram minimizar a elevação do índice.

Ainda na segunda quinzena de março, a Brigada Militar ampliou o policiamento ostensivo na região da Vila Cruzeiro e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil intensificou o foco nas investigações de autoria dos delitos cometidos, o que até o final do mês já havia resultado na prisão de 10 suspeitos e na apreensão dois adolescentes. Além disso, em parceria com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), vinculada à Secretaria de Justiça e dos Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS), foram realizadas as transferências de dois detentos até então recolhidos na Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA), apontados pelos levantamentos de inteligência como responsáveis por ordenar os crimes. Com isso, na última semana de março, as ocorrências arrefeceram.

No início de abril, em razão de novos registros de homicídios na região, as forças de segurança ampliaram a ofensiva contra os grupos criminosos. O território onde se concentravam os embates recebeu novo reforço da presença ostensiva com mais de uma centena de policias militares, além de patrulhamento por guarnições dos Batalhões de Polícia de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O Batalhão de Aviação (Bav-BM) também passou a realizar voos diários na área empregando helicóptero equipado com imageador térmico – dispositivo com infravermelho acoplado a uma câmera que detecta a uma altura de cerca de 300 metros, mesmo à noite, se uma pessoa está com uma arma ou um celular na mão.

No Estado, contudo, as expressivas reduções ocorridas em janeiro e fevereiro compensaram o quadro negativo de março, e o índice de homicídios no RS no primeiro trimestre se manteve em queda na comparação com o ano passado. O total caiu de 435 vítimas de homicídios em 2021 para 424 em 2022 (-2,5%).

O terceiro mês do ano encerrou sem qualquer registro de assassinato em Capão da Canoa, Tramandaí, Guaíba e Cachoeirinha – este último município completou o segundo mês seguido sem mortes. Outro destaque é a cidade de Erechim, que de janeiro a março não registrou nenhum assassinato e lidera o ranking de reduções no trimestre – outras seis posições são ocupadas por municípios priorizados pelo RS Seguro.