Política

Primeira Casa de Acolhimento LGBT em Caxias do Sul corre o risco de fechar as portas

A casa é mantida pela ONG Construindo a Igualdade

(Foto: Ronaldo Bueno/Divulgação)
(Foto: Ronaldo Bueno/Divulgação)

O Brasil é um dos países onde mais homens e mulheres trans morrem, vítimas de violência na sociedade, por preconceitos e discriminações. Pensando no sofrimento dessas pessoas, a ONG Construindo a Igualdade, através da coordenadora e voluntária Cléo Araújo, abriu a primeira Casa de Acolhimento ao Público LGBT em situação de vulnerabilidade no Rio Grande do Sul, situada em Caxias do Sul. Agora, a busca é por recursos e acompanhamento do Poder Público.

A Casa de Acolhimento Construindo a Igualdade mantém, atualmente, 7 pessoas, e sua capacidade comporta 11 pessoas. Desde sua fundação, mais de 30 pessoas já foram acolhidas, e, além do espaço para realizar refeições, higiene e repouso, os ocupantes da casa fazem cursos, oficinas, dentre outras atividades. O vereador Lucas Caregnato (PT), presidente da Frente Parlamentar de Combate às Intolerâncias, Religiosas, de Gênero e de Orientação Sexual, realizou uma reunião pública no dia 24 de março, na Câmara Municipal, para tratar sobre a Casa de Acolhimento bem como a cobrança ao Poder Público para que seja possível encontrar formas de realizar o acompanhamento, manter atendimentos e qualificar as pessoas que convivem na casa. O parlamentar ainda declara a importância da residência para à comunidade em Caxias do Sul. “Não só a questão do simples acolhimento, de ter um lugar para dormir, para higiene, mas para a formação. A Casa Construindo Igualdade ela tem todo um espaço de formação para o mercado profissional, de colocação dessas pessoas no mercado de trabalho, para que elas possam se organizar e retornar a uma vida digna, uma vida autônoma e principalmente, fortalecidas. Então, por isso, a importância dessa casa que é a única no Estado do Rio Grande do Sul”.

(Foto: Ronaldo Bueno/Divulgação)

Cléo Araújo, coordenadora e fundadora da Casa Construindo a Igualdade, relata que o custeio para mantimento da moradia fica em torno de R$ 4 mil. Cerca de 40% do valor é arrecadado de doações, o restante, a coordenadora paga com o dinheiro recebido de artesanatos que ela realiza. “Nós tivemos 35 pessoas que passaram por este espaço. Dessas 35 pessoas, que poderiam estar dormindo de baixo de uma marquise, sendo usadas para o tráfico, para o roubo, até mesmo se prostituindo. Mas são espaços como a casa de acolhimento que oferece uma nova maneira de fazer assistência social que a gente tem que repensar”, destaca a artesã. “E isso não é só o público LGBT não, é para toda a população. A gente vê que Caxias do Sul, hoje, têm muitas pessoas em situação de rua. E se nós temos muitas pessoas nessa situação, nós temos que analisar “opa, tem uma falha no sistema”.

A residência vive exclusivamente de doações de voluntários, desde móveis à alimentação. A ONG ainda arrecada doações da população caxiense, além da continuidade na luta por uma política pública que possa estabelecer a assistência dos moradores da casa. A comunidade pode ajudar com doações pelo fone/WhatsApp: (54) 99161.3078. A coordenadora ainda convida a todos para o lançamento do documentário sobre a casa, que será realizado no dia 21/04, às 14h, no UCS Cinema. O evento também contará com uma palestra sobre acolhimento. Inscrições podem ser realizadas no link: Da Expulsão Familiar ao Acolhimento – Desafios da Comunidade LGBTI+

(Foto: Ronaldo Bueno/Divulgação)
(Foto: Ronaldo Bueno/Divulgação)
(Foto: Ronaldo Bueno/Divulgação)

Acompanhe o documentário realizado sobre a Casa de Acolhimento: