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Reféns libertados sem ferimentos em Cotiporã

Reféns libertados sem ferimentos em Cotiporã

""Com fome, sede e exaustos, porém aliviados. Desta forma, após passarem cerca de 20 horas como reféns, estavam as pessoas do grupo de nove moradores de Cotiporã que serviu de escudo aos assaltantes da indústria de joias Guindani.


O assalto ocorreu aproximadamente à 1h30min da manhã de domingo e o anúncio de que os reféns estavam bem chegou, para o alívio dos 3.800 habitantes do pequeno município serrano, próximo das 22h.


Quando as viaturas da Brigada Militar passaram em frente à Prefeitura um grupo de mais de 100 moradores que aguardava o desfecho de um dia tenso aplaudiu intensamente. Os nove reféns – sete de uma mesma família mais duas moradoras de Cotiporã – foram levados ao CTG do município onde receberam cuidados médicos e se constatou que todos estavam bem. Lá, além de muito líquido, foram alimentados com galeto.


Apenas o jovem Wiliam Bernardi, namorado de uma das quatro filhas que juntamente com ele e com os pais delas foram feitos reféns, falou à imprensa.


Segundo Bernardi, eles foram acordados na casa de sua namorada, interior de Cotiporã, por volta das 3h30min da madrugada. Todos foram levados com as roupas que dormiam por uma dupla de assaltantes que ficou o tempo inteiro com máscara. Segundo o jovem, os bandidos não os molestaram e disseram que eles apenas estavam sendo mantidos para que servissem de proteção no cerco policial. Andaram muito e foram impedidos de olhar para seus algozes.

– Nos fizeram deitar e olhar para o chão, mas o tempo inteiro nos disseram que nada nos aconteceria, então mantivemos a calma e sabíamos que somente íamos correr risco se houvesse troca de tiros com a polícia – disse. Eles teriam pedido informações sobre possíveis rotas de fuga e não trocavam informações enquanto próximos ao grupo de reféns. Mesmo assim deram a entender ao grupo que seus colegas haviam morrido na troca de tiros com a polícia horas antes.

 

Só em torno das 15h teriam se afastado. Mesmo assim as nove pessoas aguardaram por cerca de três horas até se sentirem seguras e voltarem para casa. Caminharam por cerca de uma hora e meia até encontrarem sua residência.

 

Tudo certo


"CapitãoO Capitão Juliano, da Brigada Militar de Farroupilha, que comandou quase 200 homens envolvidos na operação, comemorou o resultados das ações.

– Estávamos trabalhando há praticamente três dias, pois nossa inteligência sabia que haveria uma ação na Serra. Deus quis que tudo acontecesse da melhor forma – completou, referindo-se aos três assaltantes abatidos e a recuperação dos reféns em completo estado de saúde.


Somente após a libertação dos reféns alguns policiais envolvidos na operação admitiram cansaço.

– Agora a adrenalina deu lugar ao cansaço – disse à reportagem da RSCOM um policial que ainda manteria diligências em busca dos foragidos pelo menos até o raiar do sol desta segunda-feira, 31, quando deverá ser rendido por colegas.


Segundo o capitão Juliano, além dos dois homens encapuzados que levaram reféns, a polícia trabalha com a hipótese de pelo menos mais três foragidos que teriam dispersado na hora da fuga.

 

 

* Reportagem e fotos de Gerson Lenhardt e Diego Franzen

 

"Willian

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Confira a entrevista com o capitão Juliano:

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Confira a entrevista com o refém Willian Bernardi:

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