Caxias do Sul

Hospital Virvi Ramos, de Caxias, coordena estudo inédito no Brasil com plasma de vacinados da Covid-19

O projeto consiste em avaliar a eficácia do plasma de doadores imunizados

Foto: Divulgação / Virvi Ramos
Foto: Divulgação / Virvi Ramos

Pioneiro no Rio Grande do Sul na utilização do plasma convalescente como forma de tratamento da Covid-19, em parceria com o Hemocentro Regional de Caxias do Sul, o Hospital Virvi Ramos está coordenando um novo estudo inédito em território nacional, que utiliza o plasma de vacinados contra o coronavírus em pacientes recém infectados.

O projeto possui autorização do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e da Secretaria Municipal de Saúde de Caxias do Sul e conta com destinação de verba por parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para o recrutamento dos voluntários.

A pesquisa tem como Centro Coordenador o Hospital Virvi Ramos e a Dra. Andrea Dal Bó, infectologista e Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Virvi Ramos, como Pesquisadora principal. O estudo conta ainda com um grupo de pesquisadores de renomadas Instituições de Ensino, Pesquisa e de Serviços de Saúde Pública.

O projeto consiste em avaliar a eficácia do plasma de doadores imunizados (esquema vacinal completo) administrado precocemente, para impedir a evolução dos casos leves de Covid-19 para casos mais graves, que demandem atendimento médico em unidades de terapia intensiva (UTI), como explica a Dra. Andrea Dal Bó: “Nós começamos a trabalhar com plasma desde 2020, quando os primeiros estudos saíram falando de uma forma favorável de uma possibilidade de uso de plasma de Covid-19. Nós começamos a trabalhar em pacientes internados. O primeiro estudo foi com um paciente na UTI e depois disto percebemos que o plasma tinha um papel maior no início da infecção“, destacou a Dra.

O estudo envolverá voluntários com diagnóstico confirmado de Covid-19 que buscarem atendimento na UBS do bairro Esplanada ou no Pronto Atendimento Covid-19 do Hospital Virvi Ramos. Todas as transfusões serão realizadas apenas no Hospital Virvi Ramos.

O plasma de vacinados tem uma quantidade maior de anticorpos do que uma pessoa que passou apenas pela infecção, sendo que vários estudos já mostraram que a quantidade de anticorpos que a pessoa recebe com o plasma também faz um diferencial“, disse Andrea.

O Hemocentro do Rio de Janeiro (HemoRio) é o responsável pelo recrutamento dos doadores de plasma de vacinados, coletas e testes de segurança, que quantificam os níveis de anticorpos neutralizantes e pelo envio das bolsas de plasma para serem transfundidas. As primeiras bolsas já estão disponíveis na cidade e há qualquer momento poderão ser realizadas as primeiras transfusões.

Este estudo está sendo feito por vários pesquisadores. Esse plasma vem para caxias, os doadores são do Rio de Janeiro, sendo que este plasma segue todos os padrões de qualquer hemocentro em relação à segurança. É um plasma extremamente seguro“, ressaltou a infectologista.

A transfusão precoce de plasma hiperimune em pacientes que apresentam sintomas leves de Covid-19 pode representar uma possibilidade segura (e com eficácia sugerida em estudos prévios) para a recuperação de pacientes em risco de evolução para síndrome respiratória aguda grave.

Inicialmente, farão parte do estudo pacientes maiores de 18 anos que tenham diagnóstico positivo em estágio inicial (até 3 dias de sintomas) não vacinados ou com esquema vacinal incompleto ou pacientes infectados recentemente (até 3 dias de sintomas) de 80 anos ou mais sem comorbidades (doenças pré-existentes) que fizeram duas doses de Coronavac há mais de seis meses.