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ABAMF revela que policiais estão sendo vítimas de abuso de autoridade no 12º BPM, em Caxias do Sul

Vídeos relatando supostas denúncias contra comandantes do 12º BPM viralizaram entre policiais de todo o estado.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Um lado silencioso do 12º Batalhão da Polícia Militar de Caxias do Sul chamou a atenção da direção estadual da ABAMF (Entidade Representativa dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar do Rio Grande do Sul). Tanto é que o presidente, José Clemente da Silva Corrêa, esteve visitando o batalhão na tarde desta quarta-feira (19) para cobrar explicações do comando sobre denúncias de abuso de autoridade, assédio moral, invasão de privacidade e casos de suicídio entre os policiais.

As denúncias motivaram o dirigente a fazer uma live em frente ao quartel do 12° BPM, onde ele expôs a situação em que vivem os soldados em Caxias. De acordo com o presidente, os militares estão sendo afetados por alguns posicionamentos que estão ocorrendo no batalhão.

Em entrevista com a reportagem do Portal Leouve, Clemente revela a existência de vídeos em que os policiais demonstram a insatisfação e pedem socorro afirmando que a “Tropa está Doente”. Para ele, o caso realmente merece atenção, uma vez que somente no ano passado, 12 militares estaduais ativos e inativos cometeram o suicídio, e, que nessa período da primeira quinzena de janeiro, um caso também já foi registrado.

“O comando do 12º ao invés de apurar as causas do problema em relação as denúncias, resolveu abrir um inquérito na corregedoria procurando os autores dos vídeos que provavelmente devem estar psicologicamente doentes. Se um militar conhecedor do RDBM (regulamento disciplinar da Brigada Militar e CPM Código Penal Militar) arrisca responder administrativa e criminalmente fazendo vídeos, é porque a situação que estão vivendo é muito mais grave do que uma punição ou até uma prisão”, afirma.

No mês de dezembro do ano passado, a Justiça Militar autorizou a apreensão de celulares dos policiais de Caxias, os quais estão sendo acusados de produzir o vídeo que viralizou entre os militares de todo o estado. No último dia 22 de dezembro, dia considerado o mais sangrento do ano em Caxias com cinco mortes violentas, os policiais do 12º BPM tiveram suas casas invadidas por policiais da corregedoria vindos de Porto Alegre, cumprindo mandado de busca a apreensão dos telefones celulares.

Para o presidente da ABAMF, os cumprimentos de busca apreensão dos celulares na casa dos soldados foram desproporcionais, uma vez que os vídeos relatam apenas que a tropa está doente, e também denunciam excessos de uma oficial. Ele também lembra do caso em que um policial militar de Caxias foi preso com cocaína, mas não teve o celular apreendido. Outro caso também usado como exemplo é do Adélio Bispo (autor da facada no presidente Jair Bolsonaro). “Até hoje não invadiram a casa para pegar o celular dele”, explica.

Durante a visita da ABAMF, os dirigentes da entidade foram recebidos pelo subcomandante do 12º Batalhão de Polícia Militar Major Wagner Carvalho dos Santos, o qual está no comando do batalhão no lugar do Comandante Emerson Ubirajara de Souza. Durante o encontro, o comando prometeu dar encaminhamentos ao documento alcançado, bem como andamento ao procedimento já instaurado.

Procurado pela reportagem do Portal Leouve, os comandantes disseram que uma resposta específica sobre o assunto deverá ser dada em momento oportuno.

Confira vídeo da denúncia feito pelo presidente da ABAMF