Comportamento

Pedágios, ciclovia e estadualização da BR-470, o que podemos esperar para as rodovias da Serra Gaúcha

(Foto: ST/Divulgação)
(Foto: ST/Divulgação)

Durante a reunião-jantar do Mobi Caxias, na noite de terça-feira (07) o secretário extraordinário de parcerias, Leonardo Busatto, aproveitou para falar sobre os projetos de infraestrutura e a remodelação do edital da concessão das rodovias, além de muitas novidades para a Serra Gaúcha.

Condutores conhecem a precariedade das rodovias e diariamente passam por situações como contornar buracos, canaletas e os perigos da falta de acostamento e a ausência de sinalização.

Das rodovias que o Estado quer conceder, 88% da malha rodoviária não tem acostamento adequado. E apenas 12% são duplicadas, a ERS-122, entre São Leopoldo e São Vendelino, “Ela tem um viaduto entre esse trecho e já está há muito tempo saturado e com enormes problemas logísticos e de engenharia de trânsito”, fala Busatto.

O secretário apresentou uma nova proposta para o bloco 3 que envolve a região da Serra Gaúcha. Ela veio a partir do debate público que ocorreu com a participação do Corede Serra, CIC’s (Serra, Caxias e Bento), Mobi Caxias, lideranças empresariais e setor político. Foram cerca de 100 reuniões e mais de duas mil contribuições na consulta pública.

A operação com as praças de pedágio, teceram uma discussão, “Praças de pedágio é que nem parada de ônibus ou lixeira. Todo mundo sabe que tem que ter, mas ninguém quer na frente da sua casa. Então esse é o grande desafio, como colocar uma praça de pedágio que viabilize a concessão e impacte o mínimo possível na vida das pessoas”, disse o secretário.

O presidente eleito para o próximo ano do Mobi Caxias, Rodrigo Postiglione ressaltou que a entidade trabalhou muito para que houvessem alterações, na questão de outorga e pedágios. Ele ressaltou que devem continuar debatendo sobre o tema “Nós sabemos que a economia tanto federal, quanto estadual ela é um tanto precária e que precisa de participação público-privada para que a gente tenha o desenvolvimento. As pessoas não se privam ou não querem deixar de pagar para ter uma condição melhor. Porque a segurança e a vida, eu acho que tá em primeiro lugar. E um pedágio com condições de preços acessíveis, todo mundo vai pagar tendo um benefício”, conclui.

O bloco 3 conta com 231 quilômetros, que vai de São Leopoldo até Vacaria, passando por Caxias, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Garibaldi, São Vendelino e também um trecho da ERS-240 e RSC- 287 que passa por Montenegro em direção ao centro do Estado.

208 quilômetros ainda são de pista simples e apenas 23% duplicado. A proposta apresentada pelo Estado é duplicar mais 116 quilômetros de rodovias até o sétimo ano. A concessão triplicará o trecho de Farroupilha/Caxias no mesmo prazo. Um investimento de R$ 3.4 bilhões em 30 anos, sendo que R$ 2.2 bilhões até o sétimo ano.

Também uma das novidades, conforme o secretário pela primeira vez na história do país, é a inclusão de ciclovias. Serão 10 quilômetros de ciclovia no trecho que vai de Farroupilha a Caxias do Sul.

Críticas a Outorga

O critério de leilão recebeu muitas críticas. O governo do Estado havia proposto, limitando o desconto e criando a chamada outorga. Com muito debate e muita discussão foi decidido mudar, retomando o critério usual que é a menor tarifa. Ou seja, a empresa que ofertar a menor tarifa de pedágio, ganhará a concessão.

Estadualização da BR-470

O governo do Estado, pretendia incluir um trecho da BR-470 no projeto de concessão de rodovias. A Assembleia Legislativa aprovou a estadualização de parte da rodovia (projeto de lei 181/2021) para compor o polo rodoviário da Serra, que será criado pelo plano de concessões do governo – a medida desagradou a autoridades e populares.

O trecho em questão cumpre o trajeto entre o entroncamento da RS-446, em Carlos Barbosa, até o entroncamento da RS-444, no acesso para o Vale dos Vinhedos/Monte Belo do Sul.

Por essa proposta, as obras de duplicação da BR-470, entre Bento e Carlos Barbosa, e em todas outras estradas do polo seriam feitas ao longo de 30 anos pela concessionária vencedora do leilão.

O Secretário fala em criar um meio termo, “Não só incluir este trecho, que nós propusemos, entre Carlos Barbosa e Bento Gonçalves, mas também estudar a inclusão de toda a BR-470, que passa por Veranópolis até Nova Prata. Nós atenderíamos, talvez não todos, mas uma grande parte das demandas, seria incluir esse trecho na concessão e também melhorar, criando novas vias marginais, rotatórias, viadutos. Colocar ela dentro da concessão e fazer com que ela tenha a mesma qualidade das demais rodovias da serra gaúcha”, finaliza.

Confira a reportagem abaixo: