Liderança equitativa foi o tema da palestra da diretora e líder da Clínica de doenças cardiológicas raras e de desenvolvimento de produto global da Pfizer, Franca Stedile Angelin, convidada da reunião-almoço realizada nesta segunda-feira. A edição é uma iniciativa do Conselho da Empresária da CIC Caxias, em alusão ao Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino, comemorado no último dia 19 de novembro.
Com participação virtual direto de Haverford, Pensilvânia, nos Estados Unidos, a caxiense, erradicada no país norte-americano, iniciou falando sobre a importância de se cultivar uma liderança equitativa e de construir grupos de trabalho diversos e inclusivos. Franca destaca que reconhecer a existência de indivíduos diferentes e oferecer recursos a eles, é disponibilizar as mesmas oportunidades e condições para suceder. “Sistemas equitativos reconhecem que indivíduos têm necessidade diferentes e oferece recursos baseado nestas diferenças”, afirma.
Para a palestrante, diversidade, equidade e inclusão são mais do que imperativos morais, são estratégias para os negócios. Com isso, Franca ressalta que, em um mundo globalizado, a inovação é pertinente aos múltiplos mercados e é um pré-requisito para a sobrevivências das organizações. “Cultivar diversidade é cultivar inovação e prosperidade dos nossos negócios”, enfatiza.
Para contextualizar sua fala, Franca apresentou como exemplo um caso de seu grupo de trabalho, intitulado: “Como trazer avanços terapêuticos que mudem a vida de pacientes com doenças raras ao redor do mundo”. Foi detalhado a relevância clínica das doenças raras e qual a motivação para o tratamento delas. Conforme a palestrante, existem mais de sete mil doenças raras conhecidas. Apesar disso, mais de 95% não têm um tratamento aprovado, sendo que 80% são genéticas e 50% delas afetam crianças. Contudo, uma em cada dez pessoas no mundo é portadora de uma doença rara, o que representa mais de 400 milhões de pessoas afetadas pelo planeta.
Diante disso, Franca expõe que, além do desafio de descobrir tratamento para mais de sete mil doenças, há o empecilho de como viabilizar a manufatura de milhares de terapias em pequena escala, como ter um sistema de distribuição que permita que os produtos sejam administrados com segurança e qualidade, além de ter um modelo de negócio que seja sustentável e permita que os pacientes recebam a terapia ou a prevenção que merecem.
Como solução, a palestrante apresenta três plataformas terapêuticas que, de acordo com ela, estão revolucionando a forma como se desenvolve terapias e tratamento de doenças, são elas: terapia reposição genética, que possibilita a chance de reestabelecer a produção de uma proteína em doenças causadas pela ausência ou redução significativa da mesma. A segunda é a edição de gene, que abre a possibilidade de adicionar, corrigir e deletar genes disfuncionais. A terceira é a RNA, atuando tanto como mensageiro como mediador, que conta com oportunidades para prevenção e tratamento de doenças.
Depois de explanar sobre as doenças raras e seus tratamentos, Franca falou sobre a diversidade de pensamento que, segundo ela, previne projeções errôneas, sendo grupos diversos mais criativos e que tomam melhores decisões. “Basicamente é o conceito do viés de afinidade ou do antiviés de afinidade, porque por natureza nós temos a tendência de escolhermos colaboradores que se assemelham a nós”, salienta.
Com isso, Franca conclui a palestra falando que liderança com diversidade, equidade e inclusão requer desenvolvimento de habilidades e práticas diárias, sendo: lembrar o valor de diferentes perspectivas, falar abertamente sobre diferenças pessoais em termos de atitudes e credos/filosofia e procurar ter informação necessária para entender as perspectivas alheias. “O sucesso mais do que nunca requer uma liderança equitativa de times de trabalho. Cabe ao líder se certificar que todos os participantes sejam ouvidos e vistos”, finalizou.
Em sua manifestação de abertura, o presidente da entidade, Ivanir Gasparin, reforçou a importância da liderança equitativa. “É essencial para a criação de um impacto positivo em todo o mundo, melhorando as próprias relações humanas”, declarou.
A presidente do Conselho da Empresária da CIC Caxias, Agatha Tonietto, também fez menção à diversidade. “Possibilita uma quebra de paradigmas e colabora para a construção de uma sociedade mais justa, na medida em que gera oportunidades de liderança para as mulheres”, discursou.