Justiça

Hambúrgueres de Cavalo: Sindicato afirma que inquérito não tem lista de investigados

Foto: MP / Divulgação
Foto: MP / Divulgação

O Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria (SEGH) de Caxias do Sul, teve acesso ao processo judicial movido pelo Ministério Público, em relação a venda ilegal de carne de Cavalo para hamburguerias, lanchonetes e mercados do município. De acordo com os dados coletados, não há nenhuma lista de empresas investigadas, como circulou pelas redes sociais.

Segundo o presidente do SEGH, Vicente Perini, todo o segmento está sendo prejudicado. Pois, a população generalizou as irregularidades cometidas por duas hamburguerias da cidade. Perini destacou que os empresários desejam saber o nome dos estabelecimentos que estão sendo investigados.

Nós não somos bandidos, a gente trabalha sim, sábado, domingo, feriado, dia e noite não é pra lograr ninguém, e sim pra poder viver. Sustentamos ai em torno de mais de 3 mil empregos, eu acho que as pessoas tem que começar a olhar um pouco, que não é por causa de um ou dois que se generaliza todos, e cuidar com as fake news.”

O sindicato apurou ainda que no processo são 11 réus, nenhum destes são empresários, são todas as pessoas envolvidas com o corte e a venda da carne. Também segundo o que foi apurado não são apenas hamburguerias que estavam sendo investigadas, incluindo-se lancherias, pizzarias, restaurantes, açougues e mercados.

O ex-presidente do SEGH e proprietário de um estabelecimento de gastronomia em Caxias do Sul, João Leidens, está a 50 anos no mercado. Ele não sentiu a queda no setor, pois em seu estabelecimento, são diversos segmentos de alimentação. Mas disse que participou de uma reunião no sindicato, por estar preocupado com a gastronomia do município.

“Participei no sentido de preservar a gastronomia de Caxias, não nesse fato de querer apurar os nomes, eu participei assim porque doí, me preocupa a região da Serra Gaúcha é conhecida pela gastronomia, nesse sentido, o que que vamos fazer? como preservar? como vamos trabalhar essa preservação? Isso é um dote de Caxias do Sul, sempre se pensou o hambúrguer como um patrimônio imaterial, cultural. Esse sempre foi nosso projeto.”

Na visão de Leidens a divulgação de que 60% dos estabelecimentos de Caxias compravam destes criminosos é “uma aberração, isso nunca existiu, nem ia ter tanta carne pra tudo isso, o jeito é continuar trabalhando preservando nossos clientes e fornecedores. O fornecedor é tao importante quanto o cliente”.

Ministério Público

O promotor, responsável pela Operação Hipo, Alcindo Bastos, atualizou como está o andamento das investigações. Segundo ele são centenas de mercados, restaurantes,pizzarias e hamburguerias estão sendo investigadas por, supostamente, terem comercializado as carnes de cavalo misturadas com a de bovino, ou suíno. Estes pontos, segundo ele, foram descobertos através de depoimentos dos envolvidos, documentos recolhidos que servem como prova na operação.

Além das informações iniciais, destacadas no dia 18 de novembro, data que a quadrilha foi desarticulada, o Ministério Público já colheu outros depoimentos e descobriu mais estabelecimentos, sendo grande a quantidade de fornecedores que negociavam esses produtos.

Os nomes destes estabelecimentos, segundo o promotor, só poderão ser divulgados após os exames de DNA comprovarem a presença da carne de cavalo. Por isso, até o momento não foi divulgado, pois os exames estão sendo feitos em um laboratório de Goiânia e a té o momento os resultados não foram entregues. Bastos afirmou que após os laudos médicos positivos para o DNA, os nomes serão divulgados.