Brasil

Câncer de mama deve gerar mais de 66 mil novos casos em 2021

Calculada pelo Instituto Nacional do Câncer, a estimativa de novos casos vem inserida em meio à demanda reprimida desde 2020

Imagem: Divulgação
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Desde 2020 a pandemia do Coronavírus foi responsável por reprimir demandas, ainda que temporariamente, em diferentes âmbitos da Saúde. Dados indicam que a quantidade de procedimentos com finalidade diagnóstica feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) caiu 20% no ano passado, segundo o Ministério da Saúde. Isso inclui exames como a colonoscopia, preventivos ginecológicos, e a mamografia – essencial para a identificação precoce do câncer de mama.

A urgência desse diagnóstico, contudo, permanece. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou que o Brasil teria 66.280 novos casos de câncer de mama em 2021. A previsão passa a ser mais preocupante quando se leva em conta os resultados da pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência a pedido da farmacêutica Pfizer. O estudo mostrou que 62% das mulheres participantes deixaram de ir ao ginecologista ou ao mastologista a partir de março de 2020, quando a população foi orientada a permanecer em casa.

Especificamente entre as mulheres que têm 60 anos ou mais, e fazem parte do grupo de risco para a Covid-19, 73% disseram estar à espera do fim da pandemia para marcar uma consulta médica e realizar exames de rotina. O IBOPE Inteligência conduziu a pesquisa online com 1.400 mulheres em São Paulo (capital), no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belém, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife.

Essa demanda reprimida não se restringe ao Brasil. No Reino Unido, pesquisadores decidiram investigar o impacto da pandemia sobre mortes por câncer devido ao atraso nos diagnósticos. Os resultados foram divulgados através da The Lancet Oncology, periódico líder mundial em publicações sobre Oncologia clínica. O estudo demonstra uma possível alta de mortes de 7.9 a 9.6% especificamente entre os casos de câncer de mama por conta da pandemia. Ao todo, foram coletadas informações sobre 32.583 pacientes com câncer de mama, e as mortes ocorreriam até cinco anos após o diagnóstico. As porcentagens estimadas correspondem a uma variação entre 281 e 344 mortes a mais, em razão do diagnóstico tardio.

Com informações do Instituto Nacional do Cãncer (Inca)