Comportamento

Mês das Crianças: abandono escolar preocupa Conselho Tutelar de Flores da Cunha

Também há outras demandas e preocupações como alienação parental, alguns casos de violência contra criança e abuso sexual

Foto: Reuters / Agência Brasil
Foto: Reuters / Agência Brasil

Em outubro, como todos sabem, é comemorado o mês das crianças, e, por conta disto, a equipe de jornalismo do Grupo RSCOM foi atrás de informações de como estão as crianças e adolescentes da região. A Conselheira Tutelar de Flores da Cunha, Luciana do Nascimento Dias, em entrevista com a Rádio Amizade, enfatizou que a maior demanda no município é o abandono escolar.

Por conta da pandemia de Covid-19, a população precisou evitar certas atividades em público e se adequar as novas medidas de prevenção. Um exemplo disto, são as escolas, que precisaram levar ensino à seus alunos através de aulas virtuais. Com a diminuição de casos de infectados pelo coronavírus, os colégios puderam receber, não obrigatoriamente, seus alunos novamente, porém muitos deles não retornaram, bem como não realizam as atividades virtuais.

No início as escolas enviavam as atividades impressas, depois foram se adaptando. Alguns (alunos) diziam que não tinham internet ou falavam que seu aparelho não comporta a tecnologia moderna, mas com as escolas, juntamente com o Conselho Tutelar, foi realizado uma busca ativa para que o aluno ficasse vinculado à escola. Com as crianças, nós obtivemos sucesso, mas não com os adolescentes. Agora que retornou o presencial, estamos com uma defasagem muito grande, muitos deles não voltaram mais” ressaltou Luciana.

A conselheira explica que maior dificuldade é fazer os adolescentes entenderem a importância do retorno às aulas e que os país entendam o conceito de seus filhos estarem na escola. “Não é agora que vai ocorrer o problema, vai ser no futuro. Quando eles tiverem idade para arrumar um trabalho, não estarão capacitados. Eles até poderão arrumar alguma coisa para se fazer, mas não o que eles vão querer” disse a conselheira.

Luciana também destacou que o tempo de isolamento contribuiu para que houvesse este abandono escolar, dificultando o retorno dos alunos. “Aí junta aquele (aluno) que já tinha pouca vontade, aquele que não acompanhou as atividades como deveria, e esse que não acompanhou, percebeu que não está conseguindo acompanhar a turma…. E o que eles não entendem, é que isso é um recomeço” disse a conselheira.

Também há outras demandas e preocupações no Conselho Tutelar de Flores da Cunha como alienação parental, alguns casos de violência contra criança e, o mais preocupante, segundo o Conselho, a existência de, aproximadamente, cinco casos de abuso sexual neste ano, sendo um número alto que assusta a entidade, principalmente por ser uma cidade, em termos de habitação, considera pequena.