O Hospital Tacchini participou de estudo para desenvolver medicamento antiviral que reduz em 50% as chances de internação e morte por Covid-19 em casos com sintomas leves ou moderados. Em parceria com as farmacêuticas MSD e a Ridgeback Biotherapeutics dos Estados Unidos e Canadá, a instituição Bento gonçalvense foi pilar fundamental durante a fase 3 de testes do Molnupiravir.
O estudo foi feito em mais de 170 países e testou cerca de 775 voluntários que contraíram Covid-19. Todo processo foi feito com o método “duplo-cego”, ou seja, o paciente e o médico não sabiam se o Molnupiravir estava sendo administrado ou um placebo. Com isso, garante-se que os resultados apresentados sejam concretos.
Com os dados animadores do estudo, as farmacêuticas emitiram nota à imprensa divulgada nesta sexta-feira (01).
“Na análise interina do estudo global, multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por Placebo, molnupiravir reduziu em aproximadamente 50% o risco de hospitalização ou morte (objetivo primário do estudo). Até o 29º dia, nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam molnupiravir, em comparação com oito mortes em pacientes que receberam placebo. Os dados demonstraram que 7,3% dos pacientes que receberam molnupiravir foram hospitalizados ou morreram até o dia 29 após a randomização (28/385), em comparação com 14,1% dos pacientes tratados com placebo (53/377); p = 0,0012. Por recomendação de um Comitê de Monitoramento de Dados independente e em consulta com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, o recrutamento do estudo está sendo interrompido precocemente devido a esses resultados positivos. A MSD planeja enviar um pedido de Autorização de Uso de Emergência ao FDA dos EUA o mais rápido possível com base nessas descobertas e planeja enviar pedidos a outros órgãos reguladores em todo o mundo.
No Brasil, a MSD está em negociações avançadas com órgãos técnicos governamentais competentes para colaboração tecnológica com o objetivo de definir a melhor forma de acesso à população – ainda dependendo de aprovação regulatória. A submissão à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será solicitada em breve”
A Fase 3 do MOVe-OUT foi conduzida globalmente em mais de 170 países como Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Egito, França, Alemanha, Guatemala, Israel, Itália, Japão, México, Filipinas, Polônia, Rússia, Sul África, Espanha, Suécia, Taiwan, Ucrânia, Reino Unido e Estados Unidos.
No Brasil, o tratamento está em teste em sete centros de pesquisa: três em São Paulo (dois na capital e um em São José do Rio Preto no interior), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Bento Gonçalves (RS)