Quando falamos em “ciência oculta”, logo nos vem à mente fatos ilusórios e irreais não amparados na devida metodologia científica, contudo sua prática é realizada sistematicamente sem que saibamos muitas vezes, inclusive fizemos parte dela e apesar de usarmos o termo “oculto” não significa que não possa ser explicado pelas leis naturais.
Uma dessas ciências é conhecida como “Ritualística”. Embora ocorram divergências de explicações, ela usa o eletromagnetismo presente no corpo humano para sua efetivação, podendo assim ser melhor compreendida.
Esta energia é potencializada nos louvores religiosos, quando todos ao comando do Pastor “erguem as mãos”, ou ainda em cultos filosóficos quando os presentes se colocam dispostos em fileiras aonde as ações e movimentos sincronizados são realizados de forma repetitiva, proporcionando uma conexão e equilíbrio de forças com energias telúricas do cosmo.
Percebamos que os rituais estão presentes desde a antiguidade como nas danças que circundavam as fogueiras em tempos e civilizações remotas. As regras que num primeiro momento parecem ser apenas de cunho religioso, na verdade possuem enorme cientificidade, embora alguns sacerdotes ainda não saibam disso. A repetição dos gestos por todos os integrantes do grupo canaliza e potencializa a energia eletromagnética, produzindo uma onda fluídica conforme o número de participantes na sessão.
Assim é esclarecido como o mundo físico representado pela mobilização influencia o mundo das ideias. Eis a elucidação do termo “fulano virou crente”, pois afasta a razão na tomada de decisões.
Mas engana-se quem pensa que este fenômeno ocorre somente nos templos. São usados, por exemplo, nos quartéis quando os soldados alinhados realizam o mesmo movimento batendo continência ao comandante, fazendo com que inconscientemente fiquem conectados a mesma ordem e comando, levando a uma disciplina de segurança para contenção das armas depositadas em suas mãos. Ocorrendo uma espécie de persuasão que provoca um “efeito manada” que conduz o indivíduo pelo mesmo instinto dos demais.
A ritualística também é realizada como forma subliminar de captação do convencimento, feita de forma imperceptível para estimular o consciente, influenciando opiniões, desejos e decisões, ou seja, direcionando as pessoas para um modo de pensar e agir. Um exemplo esclarecedor é a saudação Nazista, muito difundida na Alemanha da Segunda Guerra – “Deutscher Gruß”, que consistia em esticar o braço direito com a palma da mão estendida para baixo, adotada como um sinal de lealdade e culto da personalidade de Hitler.
Esta “ciência” ainda é frequentemente utilizada em campanhas publicitárias por profissionais dos meios de comunicação, buscando mais engajamento na venda de ideias e produtos comerciais. Não é outra coisa a não ser um efeito psicológico comum na humanidade, uma forma de estimular o cérebro transformando o desejo numa grande arma de atração que conduz as pessoas para o objetivo pretendido.
Por fim, sintetizando o raciocínio, importante compreender que os dogmas e a ritualística estão conectados, que o consciente (corpo/cérebro – rituais) é influenciado e influenciam o inconsciente (ideias/espírito – pensamento). E, principalmente, que há um paralelo existencial do mundo físico e do mundo não físico ou espiritual.
Eis a ritualística, que juntamente com outras “ciências ocultas” acaba sendo um poderoso instrumento de convencimento. Infelizmente é historicamente usada de forma indevida e ardilosa por exploradores gananciosos na captação da fé, na política e no meio empresarial, na grande maioria das vezes com total desconhecimento científico, embora conscientes dos seus resultados.
Escrito por Mauro Falcão, em 31.09.2021 para o Portal Leouve e Tábuas da Verdade.