Bento Gonçalves

Lago Fasolo em Bento Gonçalves segue aguardando solução

A reportagem do grupo RSCOM visitou as margens do lago e conversou com moradores

Lago Fasolo em Bento Gonçalves segue aguardando solução

A novela do Lago Fasolo em Bento Gonçalves tem mais um capítulo. Na quarta-feira, dia 8 de setembro, o grupo que integra a Frente Parlamentar em Defesa do Lago Fasolo, acompanhada do Secretário Geral de Governo, Henrique Núncio, esteve na sede da Superintendência da CORSAN em Porto Alegre. Na oportunidade, foram recebidos pela Superintendente de Relações Institucionais da empresa, Samanta Popow Takimi, que falou sobre a atual tramitação do processo de estação de tratamento de esgoto no local.

Conforme o relator da frente parlamentar, vereador José Antônio Gava (PDT), a superintendente explicou que o processo da intervenção da CORSAN está bem entendido e aguardando projeto executivo para ser ajustado ao cronograma de obras e investimentos. Gava informou que, segundo a CORSAN, não há necessidade de desapropriação da área para posterior elaboração do projeto e encaminhamento de obras. O projeto pode ser feito desde já e, uma vez autorizado, tramitaria em no máximo 180 dias. Esta e outras questões ficaram para ser avaliadas em nova reunião, entre a Superintendência da CORSAN, Secretaria Geral de Governo e Prefeitura Municipal. A Frente Parlamentar aguarda agora o posicionamento do Executivo sobre os encaminhamentos da reunião.

A reportagem do grupo RSCOM visitou as margens do lago e conversou com um dos moradores mais antigos do local. Antônio Francisco de Paula Filho, de 73 anos, vive há 30 anos nas imediações e segue esperando uma solução. Canos passam ao lado da casa dele despejando esgoto diariamente. Segundo o morador, há dois meses tirou das águas cerca de 450 kg de peixes mortos devido à poluição. “Se essa água fosse devidamente tratada, poderia abastecer todo o bairro”, desabafou. Consternado, mostrou uma série de fotografias onde aparecem peixes mortos, esgoto a céu aberto e obras inacabadas.

Tiago de Paula, filho de Antônio e morador do local desde que nasceu, criou a comunidade Lago Fasolo no Facebook, com o objetivo de alertar e mostrar o que acontece há anos no local, além de lutar pela despoluição e revitalização. Conforme informações da comunidade, a situação é precária em relação a saneamento básico, pois existem muitos pontos de esgoto a céu aberto, mau cheiro, pragas, bactérias e vírus que se espalham pela cidade. A despoluição total é certamente a necessidade mais urgente de acordo. “Há anos o esgoto a céu aberto vem escoando para dentro do lago, poluindo todo o terreno ao seu redor, poluindo lençol freático, aquífero, além de gerar mal-estar nas pessoas que são vizinha do lago, como dores de cabeça e enjoo. Outro problema grave são as pragas como mosquitos, moscas, ratos, baratas, etc. Sem sombra de dúvidas é uma situação de saúde pública”, explicou Tiago.

História – Em 1930 o terreno onde hoje existe o Lago Fasolo pertencia a uma olaria. O local foi adquirido pelo Curtume Fasolo em 1941. A indústria, hoje desativada, utilizava a água para manufaturar couro. Com mais de 26,5 mil metros quadrados, o lago recebeu, durante mais de 30 anos, o esgoto de bairros vizinhos. Somente em 2004 foi solucionado um dos principais focos de poluição, que era um cano de esgoto que desembocava na água e foi desviado. Em 2009, a prefeitura contratou uma empresa que instalou canos e construiu algumas caixas coletoras de esgoto. Entretanto, a medida não foi suficiente para eliminar o problema. De acordo com informações da administração, a obra realizada para desviar o esgoto do lago foi abandonada. As bombas utilizadas para jogar os dejetos da caixa coletora para a canalização das ruas foram furtadas antes mesmo de entrarem em funcionamento. (Informações do Perfil Lago Fasolo no Facebook)