Morreu no início da noite deste domingo (29), em Garibaldi, dona Enedina Gaicoa Rodrigues, de 92 anos, uma das benzedeiras mais antigas do Rio Grande do Sul. A idosa não resistiu as complicações causadas pela Covid-19. Ela não possuía comorbidades e estava internada desde a última quarta-feira (25) no Hospital Beneficente São Pedro. Este é o 68° falecimento por coronavírus registrado no município.
Nascida em Alegrete, mudou-se para Garibaldi acompanhando o marido, que trabalhou na construção da viação férrea e na ponte Ernesto Dorneles, que une Bento Gonçalves a Veranópolis. O casal foi um dos primeiros moradores do bairro São Francisco. Naquela época, dona Enedina começou a ganhar fama na cidade exercendo o dom que conta ter recebido de uma amiga.
Conhecida pelo seu jeito carinhoso e pela forma atenciosa em que recebia cada um que contava com suas preces, ela estava sempre disposta a ajudar. Para livrar do mau olhado e da inveja, a técnica era benzer com a ajuda de um terço e de brasa. Enquanto rezava, Enedina esquentava uma tesoura nas brasas do fogão a lenha. Em seguida, segurava a tesoura, olhava para o enfermo e fazia o sinal da cruz, circundando cabeça, peito e ombros.
Nos últimos anos muitas pessoas ainda a procuravam pedindo para serem benzidas. No entanto, a idade avançada exigiu aposentadoria. Atualmente, ela estava morando na Casa de Repouso Arco-Íris.