A parte mais significativa da revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde está alicerçada toda sua doutrina é o seu conceito de Deus. Não é um deus terrível, vingativo e intolerante que rega a terra com sangue, que ordena o extermínio de quem não se submete a determinadas ideologias, sem o respeito às mulheres, as etnias e liberdades de pensamento.
O Deus que Jesus nos revelou é justo, que não se vinga do culpado na pessoa do inocente, é clemente, manso e misericordioso, que perdoa o pecador arrependido e dá a cada um segundo as suas obras. Não é aquele deus dos privilegiados, o deus dos exércitos que se apegam as armas para manter sua dominação frente aos mais fracos, mas aquele que estende sua proteção por sobre todos os seus filhos indiferente de credos ou posição sociopolítica, um Deus que diz que: “A verdadeira pátria não é neste mundo, mas no reino celestial, lá onde os humildes de coração serão elevados e os orgulhosos serão humilhados”.
Não é um deus que faz da vingança uma virtude, do tipo: “olho por olho”, mas o da misericórdia que diz: “Perdoai as ofensas, se quereis ser perdoado; fazei o bem em troca do mal, não faça ao outro o que não quereis vos façam.” Não é mesquinho nem meticuloso para ser temido, mas sim amado ao considerar que verdadeiramente é o amor que “está acima de tudo e todos”.
As religiões que se politizaram pregam um deus vingativo e cruel, julgando honrá-lo com atos de fanatismo e preconceito, mal sabem de suas próprias fraquezas e imperfeições.
Cristo prega um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e piedoso. Faz do amor Divino e da caridade para com o próximo à condição indeclinável da remissão dos pecados.
Sobre a crença de que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a vós mesmos está a lei de todos os profetas, assentando o princípio da igualdade dos homens. Não sendo possível amar o deus da política a não ser temê-lo. Seguir os ensinamentos de Cristo e rejeitar as imposições ideológicas individualistas continua sendo o melhor caminho para encontrarmos a paz e diminuirmos as desigualdades sociais. Esse é incontestavelmente, por suas consequências, o ponto fundamental da revelação de Jesus que muitos ainda não compreenderam o que contrista dizer que também é o ponto de que mais nossa sociedade se tem afastado, pois fazem interpretações dos seus ensinos com intensões de autobenefício.
Por certo, o Cristo não disse tudo, pois julgou conveniente deixar certas verdades para serem percebidas pela evolução da humanidade, respeitando os méritos de cada um. Como Ele próprio confessou seu ensino não estava completo, pois anunciava a vinda daquele que o completaria, previra que suas palavras não seriam bem interpretadas e que as pessoas se desviariam do seu ensino, em suma, que desfariam o que Ele fez, uma vez que todas as coisas hão de ser restabelecidas.
O Novo Messias Consolador encerra uma revelação, pois Jesus previra que as pessoas teriam necessidade de consolação, o que implica a insuficiência daquelas que eles achariam na crença que iam fundar. Talvez nunca tenha sido tão claro e explícito, como nestas últimas palavras, às quais poucas pessoas deram atenção suficiente, provavelmente porque evitaram esclarecê-las e aprofundar-lhes o sentido profético.
Acrescentando:
“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. João 14:26
Escrito por Mauro Falcão com base em ensinamentos espíritas, em 19.08.2021 para o Portal Leouve e Tábuas da Verdade.