Segurança

O que se sabe até o momento sobre o caso de tortura em Farroupilha

Foto: Polícia Civil/Divulgação
Foto: Polícia Civil/Divulgação

O crime brutal que chamou a atenção de toda a Serra Gaúcha começou a ser elucidado. O registro do homem, de 38 anos, brutalmente torturado em Farroupilha, ocorreu entre os dias 09 e 10 de agosto em dois pontos do interior da cidade.

Conforme as investigações da Polícia Civil, o crime teria ocorrido para que a vítima confessasse um suposto furto de cerca de R$ 15 mil da empresa em que trabalhava. O suspeito de ser o mandante é um empresário, dono do estabelecimento, de 39 anos, que foi preso preventivamente na última quinta-feira (19), em Garibaldi.

Em um primeiro momento, o homem espancado alegou ter sido assaltado na rodoviária de Farroupilha, na noite segunda-feira (09), após chegar a cidade vindo de Santa Vitória do Palmar. Ele disse ter sido sequestrado e levado para o interior onde foi espancando e abandonado. Após, ele pediu ajuda em uma residência próxima e foi levado ao Hospital São Carlos.

Ocorre que, de acordo com as investigações, ele inventou o assalto por medo, já que não queria que a polícia fosse atrás do empresário com receio de novas agressões. A tortura teria ocorrido dentro da empresa onde fica o alojamento em que ele mora.

Após o atendimento hospitalar, o próprio empresário esteve no São Carlos para levar o homem de volta para empresa. Esse fato teria ocorrido na noite da terça-feira (10). Foi então que a nova sessão de tortura ocorreu.

As investigações apontaram para métodos de tortura como uso de fio elétrico para dar choque, agressões com facão, queimaduras atrás das orelhas e inserção de agulhas nas unhas e na mão.
Além disso, a vítima teve cinco dentes arrancados com um alicate, perfurações no olho com agulhas e queimaduras na região ocular, além de ter tido o cabelo cortado com uma máquina de tosquiar ovelha.

Ele ainda foi levado até um paredão de pedra, com cerca de 15 metros de altura, na RS-826, estrada que liga Farroupilha a Alto Feliz, de onde foi obrigado a se jogar. Com a queda, a vítima desmaiou. Ao acordar, ele rastejou até a estrada para pedir ajuda. Novamente ele foi levado até o São Carlos e a instituição de saúde acionou a Polícia Civil que passou a acompanhar o caso.

No depoimento, o empresário suspeito preferiu se manter em silêncio. Conforme a defesa dele, feita por um escritório de advocacia de Farroupilha, todas as provas serão apuradas durante o processo. Com relação ao furto, a vítima nega que seja o responsável.

A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar outros participantes da tortura.