Carlos Barbosa

Presidente do CIC Serra destaca posicionamento da entidade e lideranças sobre a estadualização da BR-470

Imagem: Jornal da Manhã Serra Gaúcha
Imagem: Jornal da Manhã Serra Gaúcha

Um dos temas que mais tem causado polêmica na região da Serra Gaúcha nos últimos dias, a estadualização do trecho da BR-470, que compreende as cidades de Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves, tem sido debatido por lideranças e gestores de diversas cidades da região. Na última segunda-feira (16) inclusive, ocorreu no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), uma reunião para que os pontos positivos e negativos da mudança fossem apresentados.

A entrega do trecho da estrada federal aos cuidados do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, ainda está sendo avaliado. De acordo com o que foi aprovado na Assembleia Legislativa, o estado receberá, por meio de doação não onerosa, o bem imóvel de 13 quilômetros da Rodovia BR-470, distribuído em três segmentos, compreendendo o trecho com início no entroncamento RS-444 (B) (para Monte Belo do Sul) e fim no entroncamento da RS-446 (para Carlos Barbosa), mais precisamente entre os km 219,1 e 232,1.

A mudança que tem causado dúvidas e questionamentos foi o tema da entrevista do Presidente da CIC Serra, Elton Gialdi, no Jornal da Manhã da Jovem Pan, nesta sexta-feira (20). Ele iniciou a conversa explicando o posicionamento da entidade, bem como a compreensão de que a sociedade pode apresentar certa desconfiança em relação a realização das obras.

“Este tema, estamos tratando com muita cautela, com muito cuidado. O que nós queremos é ter uma rodovia excelente, uma rodovia duplicada no menor tempo possível. Nós temos pressa, essa duplicação e obras deveriam ser implementadas ao longo dessa rodovia, na verdade deveriam ter sido feita há alguns anos, e nós já estamos num local que é um perímetro urbano. Eu diria, que entre Barbosa e Bento Gonçalves se tornou praticamente um perímetro urbano entre essas cidades. E nós entendemos que nós precisamos urgentemente que este trecho ao menos seja duplicado, e que ele possa nos trazer também além da duplicação, alguns viadutos, algumas passagens de níveis que nos tragam também maior segurança na travessia dessa rodovia.” Destaca.

Ele seguiu a entrevista refletindo sobre a possível opinião pública sobre a mudança. “Tem muita gente que entende que a estadualização ela vai retroceder, ela vai trazer a um retrocesso na qualidade desta rodovia. Eu também simpatizo mais com a possibilidade de nós fazermos todos esses investimentos de forma federal através do DNIT, através do Ministério da Infraestrutura, porém nós ainda não temos uma sinalização concreta por parte do Governo Federal de que a gente consiga ter essas obras todas num período aí de cinco anos. Essa sinalização, atualmente, tá sendo trazida a nós através de uma estadualização e de uma concessão para iniciativa privada, ou seja, não seria somente a estadualização, mas sim a concessão, a venda dessa rodovia pra iniciativa privada. O problema é que falta muita confiança de parte a parte, né? Eu entendo, eu percebo que a sociedade não tem confiança de que essas obras serão implementadas realmente conforme estabelece o contrato de concessão. Que seria aí no quarto e no quinto ano uma duplicação entre Carlos Barbosa e Bento Gonçalves, na entrada do Vale dos Vinhedos, ali onde liga a ERS-444.”

Ainda durante a entrevista ao Jornal da Manhã, ele destacou os pontos prós e contras de manter das mudanças que a estrada sofreu ao longo dos anos, com sua federalização e, agora, com a possível volta ao poder estadual.

“A federalização dessa rodovia trouxe um benefício fantástico para nossa região. Ela nos trouxe uma rodovia com muito mais qualidade, com manutenção adequada de alinhamento, como sinalização, com reparos, com limpeza nas bordas da pista. Então as pessoas que se baseiam e entendem que a estadualização vai trazer um retrocesso, elas observam todos esses aspectos realmente quando estava estadual, essa rodovia era muito pior do que está hoje como federal. Então nós tivemos um ganho fantástico federalizando essa rodovia”, declarou

Seguindo com a fala, Gialdi ressaltou os contras, segundo ele, o principal ponto é a desconfiança de que as manutenções e obras de duplicação sejam realmente cumpridas nos prazos prometidos de quatro a cinco anos a partir da concessão. “Os pontos negativos, é que ao estadualizar, eu citei um retrocesso na questão de tempo de duplicação, não tá muito confiável. E que realmente nesse contrato vai ser feito uma concessão e que essa concessão seja cumprida, de que esses contratos sejam cumpridos, ou seja, que em quatro anos basicamente a gente tenha realmente esse trecho de Carlos Barbosa até a ERS-444 que é a entrada do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, duplicado e como um viaduto que precisa ser implementados ao longo desse trecho.”

Outros pontos negativos da estadualização que foram levantados por Gialdi foram em relação a Polícia Rodoviária Federal que, com a mudança, iria sair do posto onde encontra-se em Bento Gonçalves, para uma outra rodovia, afetando assim a segurança do trecho. No local, a PRF realiza abordagens e apreensões de drogas. Ele também destacou que, com a estadualização, os futuros pedágios da região terão sua tarifa acrescida. Desta forma, a estrada seria mais cara para trafegar.

Elton afirmou que para mudança ocorrer, é necessário que o Governo Federal analise e autorize a proposta do estado. Contudo, de acordo com ele, todo este processo ainda está confuso e de difícil compreensão mesmo para as entidades e lideranças regionais. Com isso, todos aguardam as movimentações em Porto Alegre e, em Brasília.

Você pode assistir a entrevista completa de Elton Gialdi no Jornal da Manhã desta sexta-feira (20) no vídeo abaixo: