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Talibã volta ao poder e toma capital do Afeganistão após 20 anos

Mulheres começaram a se despedir das universidades após volta do regime fundamentalista islâmico ao poder.

Foto: Reprodução
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O Talibã chegou neste domingo (15) aos arredores de Cabul e cercou a capital afegã por várias frentes, informou o Ministério do Interior do Afeganistão. O grupo extremista defende uma rendição pacífica do governo afegão.
O gabinete da presidência do Afeganistão afirmou que disparos foram ouvidos em algumas partes de Cabul, mas tranquilizou a população e declarou que a situação está sob controle das forças de segurança.

O grupo que virou sinônimo de radicalismo fundamentalista islâmico, voltou ao poder no Afeganistão após 20 anos.
Suas tropas entraram em Cabul pela primeira vez desde 13 de outubro de 2001, quando tiveram de se retirar da capital sob as bombas norte-americanas e britânicas que abriram caminho para forças adversárias da chamada Aliança do Norte.

Desta vez, a entrada ocorreu sem resistência, apesar de relatos de tiroteios esporádicos na madrugada de domingo.
Ao longo do dia, o presidente do país, Ashraf Ghani, ainda buscava uma solução negociada com os invasores, que prometeram moderação para incrédulos interlocutores ocidentais. “Queremos uma transição pacífica e evitar derramamento de sangue”, afirmou à rede BBC um porta-voz taleban, Suhail Shaheen.

Segundo o Ministério do Interior, Ghani deixou o país no começo da noite (fim da manhã no Brasil). Seu governo, iniciado em 2014 e visto como um marionete das forças ocidentais, colapsou. Como será formado o novo governo é incerto, mas o Taleban venceu a guerra.

Angústia entre as mulheres:

Fonte: BBC

Com o Talebã tomando o controle total do Afeganistão, uma combinação de angústia e medo se espalha entre os civis, em particular as mulheres.

Aisha Khurram, uma ex-embaixadora da Juventude da ONU, compartilhou um tuíte sobre a situação na Universidade de Cabul na manhã deste domingo (15/8) — o domingo é dia útil nos países muçulmanos.

“Alguns professores se despediram de suas alunas quando todos foram evacuados da Universidade de Cabul nesta manhã … e talvez não tenhamos nossa formatura assim como milhares de alunos em todo o país.…”, escreveu ela na rede social.Também no Twitter, Lotfullah Najafizada, chefe do serviço de notícias afegão Tolo News, postou uma imagem de um homem cobrindo de tinta fotos de mulheres pintadas em um muro em Cabul.

Militantes do Talibã afirmaram à BBC que estão determinados a impor novamente a sua versão da sharia, lei islâmica que inclui apedrejamento por adultério, amputação de membros por roubo e proibição de meninas com mais de 12 anos de ir à escola.

Fonte: G1/Uol/BBC