A cada 24 horas dois novos veículos ingressam nas ruas e estradas de Flores da Cunha deixando os espaços de estacionamento cada vez mais reduzidos e ampliando o já tão conturbado trânsito na área central da cidade. O município está entre as 10 cidades gaúchas com maior número de veículos per capita do Rio Grande do Sul.
Levantamento da reportagem da Rádio Amizade 89.1 aponta que existem em circulação no momento mais de 25,5 mil veículos, correspondente a média de 2,5 carros para cada três pessoas. Dados disponíveis no site do Detran/RS mostram que a frota local cresceu 2,8% em 2020 em relação ao ano anterior, saltando de 24.520 veículos em 2019 para 25.202 ano passado. No total 682 novos automóveis e utilitários, entre outros foram emplacados no município no período, com média de 56,8 por mês. Já nos primeiros 150 dias de 2021 houve acréscimo de 329 novos carros, o que representa média de 65,8 novas unidades por mês. Até maio eram 25.531 veículos, entre carros de passeio, motos, caminhonetes e caminhões, utilitários, entre outros.
Seguindo com esse crescimento, ao final de 2021 teremos aproximadamente 26 mil veículos emplacados em Flores da Cunha, para uma população de 31.063, segundo estimativa do IBGE. Com isso, para cada 100 habitantes haverá 83 veículos. Por outro lado, o município de Mampituba, localizado no Litoral Norte na divisa com o Sul de Santa Catarina, registra um dos menores índices de motorização entre os 497 municípios gaúchos, com 25 veículos para cada 100 habitantes.
O crescimento anual da frota em Mampituba corresponde aos números de uma semana de Flores da Cunha, com média de 10 novos emplacamentos por ano. Naquela cidade circulam 759 veículos para uma população de 2.973 habitantes. Já o município de Pareci Novo, no Vale do Taquari, tem o maior índice de motorização do Estado: 98,% – a população é de 3.862 habitantes e a frota, de 3.786 veículos. Segundo a pesquisa, apenas 76 moradores de Pareci Novo não possuem carros.
No sentido contrário ao crescimento da frota, a disponibilidade de vagas para estacionamento estão se tornando vez mais escassas, uma vez que a cada 30 dias são mais de 300 metros lado a lado da rua sendo ocupados por novos inquilinos. Ao final do ano serão cerca de 4km de novas ocupações. Nesta disputa por espaços, caminhões e caminhonetes estacionam no modelo obliquo em vagas destinadas exclusivamente para automóveis, enquanto alguns condutores estacionam em vagas especiais destinadas a idosos e deficientes físicos, sem no entanto estarem credenciados para ocupar o espaço.
O que diz a prefeitura
Questionado sobre ações a serem tomadas para ordenar o fluxo de veículos e buscar alternativas para melhorar o estacionamento, o diretor do Departamento de Trânsito, Luiz Henrique Ribeiro respondeu.
1) P – O que a prefeitura pretende fazer para solucionar o problema do estacionamento na cidade?
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R – O trânsito deve ser planejado como um só e não tratar de cada componente de forma individual. Com isso, será necessário atualizar o plano de mobilidade urbana do nosso município, onde serão apontadas soluções a fim de sanar o problema de estacionamento na cidade bem como nas demais áreas. A atualização do estudo de mobilidade municipal está prevista para 2022. Embora seja no ano que vem, o município está realizando uma contratação técnica para que os estudos e levantamentos prévios já comecem este ano e possam já refletir em ações a curto prazo.
2) P – O sistema binário das Ruas Borges de Medeiros e Frei Eugênio já tem algo projetado para tornarem as vias com trafego sentido único?
R – O estudo de mobilidade existente já indica um sistema binário. Nosso primeiro passo será atualizar os levantamentos necessários para viabilizar a modificação dos sentidos.
3) P – Em alguns pontos de ruas com maior fluxo, como a Júlio de Castilhos, John Kenedy, Dr. Montaury, Maria Dal Conte e Severo Ravizzoni há estacionamento obliquo, onde estacionam também veículos maiores do que automóveis, dificultando o trafego. A prefeitura pensa em rever este modelo de estacionamento para esses locais?
R – Algumas intervenções deste tipo se fazem necessárias, porém as ações que estamos planejando estarão embasadas nas decisões técnicas indicadas por este conjunto de ações a curto prazo já mencionadas.
4) P – Com relação ao prolongamento da Av. 25 de Julho está prevista reforma, ou revitalização? Para quando?
R – Estamos estruturando internamente a formatação de como avançar com a Avenida 25 de Julho. Começamos há alguns meses um grupo de trabalho sobre este assunto e estamos trabalhando nos levantamentos necessários para as decisões de projeto e, posteriormente, a obra.
