Comportamento

Dia do Motorista: Tecnologia, desafios e solidariedade são a marca do Uber da Balada em Caxias do Sul

Foto: Mauro Teixeira / Grupo RSCOM
Foto: Mauro Teixeira / Grupo RSCOM

A ideia inovadora de unir motoristas particulares, com a modalidade de táxis surgiu em 2009 na Califórnia, criada por dois amigos engenheiros. O intuito inicial era transportar empresários, advogados, pessoas de alto padrão e os primeiros a aderir este modelo foram os brasileiros que moravam na cidade americana.

Em 2014, a Uber, a primeira empresa a surgir neste formato de corridas por aplicativo, chegou no Rio de Janeiro e expandiu para todo o país. Há cinco anos o motorista, Guilherme da Silva Camello de 30 anos, percebeu que a modalidade teria futuro e investiu. Ele largou o trabalho fixo em uma metalúrgica e comprou um veículo Voyage. Mas, só ser mais um na categoria, não era o objetivo dele, por isso, transformou seu veículo em um Uber da Balada.

No dia a dia, Camello recebe diferentes pessoas e segundo ele todos se encantam com os acessórios que o veículo possuí, estes vão desde gelo seco, a caixas de som, telas de DVD a TV digital. Pra ele, proporcionar esse diferencial é gratificante, por “fazer meu papel como cidadão, ajudando as pessoas no dia a dia”, conta o motorista.

Camello está sempre envolvido em outras ações, como no Natal ao colocar no carro um varal de cartas, onde crianças carentes pedem presentes ao Papai Noel. Os passageiros que se sensibilizam com as cartinhas podem apadrinhar uma criança e no tempo de pandemia, ele e outros colegas levavam pessoas de 90 anos ou mais para as vacinações em drive-trhu, sem cobrar nada.

Apesar da satisfação com o trabalho, das amizades que criou ao longo dos anos e da categoria chegar e se desenvolver rápido na cidade, Guilherme também percebe as dificuldades. Para lutar por melhorias no trabalho, ele integra a Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos (Alma).

Dentre as situações repassadas pelo profissional, como altas tarifas cobradas pelos aplicativos, falta de espaço pra estacionamento em locais públicos, segurança, aumento gradativo de motoristas em função da crise, o auto preço dos combustíveis e manutenção do veículo com as más condições nas estradas, ele destacou duas de maior relevância.

De acordo com Camello os investimentos aumentam, mas as tarifas pagas pelas empresas mantenedoras dos apps seguem as mesmas. “Tendo cinco anos de aplicativo, desde que comecei os preços subiram mais que o dobro. E a tarifa continua a mesma cobrada pelos aplicativos, até mais. Com as novas categorias Uber promo e 99 poupa torna as corridas mais barata e quase de graça para os motoristas”.

Ainda, por ser barato e mais ágil do que alguns outros meios de transporte da cidade, as pessoas chamam os motoristas pelos aplicativos para levá-los ao atendimento médico. “Pegamos corridas em hospital, UPAs, farmácias e pessoal fazendo o teste de Covid-19. Por isso, estamos a mercê da sorte”, destacou ele, chamando a atenção das autoridades para a necessidade da vacinações na categoria. Guilherme Camello acredita que assim como outros motoristas do transporte coletivo e caminhoneiros, os de aplicativo também precisam estar imunizados.

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Foto: Mauro Teixeira / Grupo RSCOM