Comportamento

Dia do Motorista: Tios, pai e filha, gerações de taxistas circulando em Caxias do Sul

Foto: Paula Brunetto / Grupo RSCOM
Foto: Paula Brunetto / Grupo RSCOM

Em 1896 na cidade alemã de Estugarda, surgiu o primeiro táxi motorizado do mundo. No Brasil, chegou em 1958 na cidade do Rio de Janeiro. Na atualidade, somos acostumados a circular pela cidade e encontrar estes profissionais em esquinas, rodoviárias, aeroportos e demais locais em pontos de táxi fixos.

Na Avenida Rio Branco, esquina com a rua Sarmento Leite, no bairro Rio Branco de Caxias do Sul, a população encontra a Eliane Frizzo. A caxiense de 37 anos trabalha a mais de 12 anos no trânsito e a paixão dela vem de berço, os tios e o pai foram taxistas também. “E a nossa profissão existe há muitos anos eu sou filha de taxista o pai é taxista, meus tios são taxistas”.

Ela comenta que o inicio da profissão não foi fácil, por dois fatores: a falta de tecnologia e ser mulher. Antes de surgir esses aplicativos de GPS, Eliane conta que buscava estudar mapas da cidade ou perguntar para colegas de profissão sobre os endereços.

Já a questão feminina também gerou piadas, cantadas e situações embaraçosas. “Uma história que me marcou muito foi um dia que eu estava com um passageiro, estava parada aguardando o semáforo abrir, um rapaz de um veículo me viu, deu um jeito de colocar o carro próximo do meu e me deu uma cantada. Eu e meu passageiro ficamos constrangidos, tanto que ele me pediu se isso era comum e eu respondi que aquele caso foi atípico, mas que existiam sim”, conta ela.

Eliane Frizzo define a profissão como “desafiadora”, pois o motorista precisa estar sempre ligado ao trânsito, prestando atenção em si e em motos, ônibus, demais carros e agora também os ciclistas. Além disso, ela explicou que o valor de um carro é auto, precisa de um prazo para liquidar, seguro, manutenção, cuidados, combustível, todos esses fatores agregam na dificuldade de se manter.

A chegada repentina dos motoristas de aplicativo e as decisões tomadas pelo governo também foram citados pela taxista. “No inicio foi complicada a chegada dos motoristas de aplicativos, eles chegaram de forma brusca e os taxistas não estavam preparados, e sim ficamos chateados pelo valor ser muito a baixo do que nós praticávamos. A gente pensava pagando impostos, diversas tributações, o valor que estava o combustível, mais investimentos, como competir com aqueles preços. Até com  governo ficamos decepcionados pela forma que fomos tratados, permitindo a entrada e a falta de legalização do Uber”.

Sobre o futuro a profissional está tranquila “se você executa um bom trabalho e tem um bom atendimento não vai faltar serviço. A qualidade do teu atendimento faz toda a diferença”. A expectativa de Eliane é que o mercado econômico melhore para todos, inclusive aos taxistas que tiveram baixa na demanda durante a pandemia.

Foto: Paula Brunetto / Grupo RSCOM
Fotos: Paula Brunetto/ Grupo RSCOM e Especial Leouve