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Na Rota dos Vinhos, Bombinhas (SC) terá primeira vinícola subaquática do Brasil

Ânfora da marca croata Edivovina, envelhecida no fundo do mar (Foto: Reprodução, Edivovina)
Ânfora da marca croata Edivovina, envelhecida no fundo do mar (Foto: Reprodução, Edivovina)

Todos já conhecem, ao menos por fotos e vídeos, as belezas raras da linda praia de Bombinhas, no litoral de Santa Catarina. A qualidade dos frutos do mar, as paisagens que atraem turistas do Brasil e do mundo, tudo isso amplia o menu de opções de um dos cantos mais queridos pelos veranistas. Mas, você sabia que Bombinhas terá a primeira vinícola subaquática do Brasil?

O anúncio foi feito de forma oficial pela prefeitura do município no último final de semana, colocando a cidade na Rota dos Vinhos. Tendência nos últimos anos, a técnica está sendo usada por várias vinícolas mundo afora, há somente 10 em todo mundo e a primeira no Brasil será em Santa Catarina.

A iniciativa é uma parceria entre Bombinhas, empresários locais e a Associação dos Vinicultores da Serra Catarinense. A novidade, de nível mundial, deve chegar em breve na cidade de Bombinhas.

A expectativa é que até o mês de novembro os vinhos já estejam submergidos em uma área autorizada para este fim.

Os vinhos subaquáticos
Envelhecimento em ânforas, em tanques de inox, em ovos de concreto, em barricas tecnológicas… Enólogos sempre testam novidades de para criar rótulos surpreendentes. A última novidade, ao que parece, é uma categoria de vinhos “subaquáticos”. A inspiração apareceu há 10 anos: mergulhadores encontraram 168 garrafas de Champagne em um navio naufragado no mar Báltico há quase dois séculos. Entre elas, 47 unidades de Veuve Clicquot, e pesquisas mostraram que eles remontam aos anos entre 1839 e 1841.

As garrafas foram leiloadas e algumas delas alcançaram lances de quase US$ 15 mil. A partir daí, surgiram produtores querendo envelhecer seus vinhos debaixo d’água. Um dos pioneiros foi espanhol Raúl Pérez, em 2003, que mergulheu garrafas de albariño de Rías Baixas no oceano por 60 dias.

Tecnologia submarina
Especialistas dizem que o envelhecimento debaixo d’água do mar, especialmente de vinhos espumantes, é bastante promissor. Isso porque o oceano oferece um ambiente fresco e pressurizado, além da ausência de luz e relativa falta de oxigênio. A vinícola norte-americana Mira está entre as líderes da pesquisa dos efeitos do método nos vinhos e o apelidou de “aquaoir” (uma brincadeira com “terroir”). Seu Cabernet Sauvignon 2009, que ficou submerso por três meses, tinha sabores de uma bebida envelhecida por dois anos se comparada com uma versão que permaneceu em terra firme, segundo a vinícola.