Política

PF indicia Renan Calheiros por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Polícia Federal (PF) indiciou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sob acusação de ter recebido R$ 1 milhão da Odebrecht em troca de apoio a um projeto do interesse da empreiteira no Senado, na época em que o emedebista era presidente da Casa. O relatório da PF foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 2, e deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que irá decidir sobre a apresentação de denúncia contra o parlamentar, que atualmente é o relator da CPI da Covid-19. O inquérito foi aberto pelo ministro Edson Fachin, em março de 2017, e só foi concluído agora.

Em nota, o senador Renan Calheiros diz que o movimento ocorre “quando a CPI mostra todas as digitais do governo na corrupção da vacina”. “Essa investigação está aberta desde março de 2017 e, como não encontraram prova alguma, pediram prorrogação. Estou surpreso que justamente agora, quando a CPI mostra todas as digitais do governo na corrupção da vacina, a parte politizada da Gestapo (referência à polícia secreta do estado nazista) enxerga indícios em uma acusação sem prova referente a 2012. Mas não irei me intimidar. Os culpados pelas mortes, pelo atraso das vacinas, pela cloroquina e pela propina irão pagar”, diz o parlamentar. O advogado Luís Henrique Machado, que representa o senador, diz estar confiante de que a investigação será arquivada.

“O senador Renan Calheiros é investigado desde 2009 pela Procuradoria-Geral da República. Sob o aspecto investigativo, a sua vida foi devassada e jamais foi encontrado qualquer indício de ilicitude sobre os seus atos. Nunca tratou, tampouco autorizou ou consentiu que terceiros falassem em seu nome. Por fim, importante salientar que aproximadamente dois terços das investigações contra o Senador já foram arquivadas por falta de provas. Assim como os demais inquéritos, a Defesa está confiante que a investigação da Odebrecht também será arquivada, até porque nenhuma prova foi produzida em desfavor do senador, restando, somente, a palavra isolada dos delatores”, afirma a defesa.