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Conheça o Grafeno da UCS, que atrai olhares do mundo e motiva viagem de Bolsonaro a Caxias do Sul

Conheça o Grafeno da UCS, que atrai olhares do mundo e motiva viagem de Bolsonaro a Caxias do Sul

O UCSGRAPHENE, ou simplesmente o Grafeno da Universidade de Caxias do Sul, é a primeira e maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina. Em operação desde março de 2020, reúne a expertise da UCS conquistada em 17 anos de pesquisa avançada em nanomateriais, gerando grafeno de alta qualidade para a prestação de serviços tecnológicos inovadores a setores portadores de futuro. Mas, o que é o grafeno? Como ele pode ser mais resistente que o aço, que o plástico, e ainda mais barato?

Primeiro, precisamos entender de onde vem a matéria-prima e como funciona o seu desenvolvimento, que motiva a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Caxias do Sul na próxima sexta-feira, dia 9 de julho.

  •  O grafeno é uma das formas alotrópicas do carbono, assim como o diamante, o carvão e o grafite, do qual é oriundo.

  •  É um material de elevada transparência, leve, maleável, resistente ao impacto e à flexão, excelente condutor térmico e elétrico, entre outras propriedades.

  •  O grafeno é o material mais leve e forte do mundo (200 vezes mais resistente do que o aço), superando até mesmo o diamante. Uma folha de grafeno de 1 metro quadrado pesa 0,0077 gramas e é capaz de suportar até 4 kg.

  •  Também é o material mais fino que existe = 1 milhão de vezes menor que um fio de cabelo.

  •  O grafeno compete com tecnologias existentes e substitui materiais com décadas de uso. Suas aplicações permitem desenvolver produtos, com alta resistência mecânica, capacidade de transmissão de dados e economia de energia.

  •  Hoje, já é um dos principais recursos em nanotecnologia, sendo utilizado na produção de telas e displays LCD, touchscreens, componentes eletrônicos com altíssima capacidade de armazenamento e processamento de dados, baterias de recarga instantânea, entre outros.

  • O reitor da Universidade de Caxias do Sul, Evaldo Antônio Kuiava, fala sobre a expansão da produção do grafeno na cidade, o que faz com que os olhares dos investidores do mundo todo, se voltem para o UCSGRAPHENE.

    “O projeto ele na verdade é produção de grafeno. Então nós produzimos em escala industrial. É a primeira planta de produção de grafeno na América Latina com esse porte. E iniciamos com 500 kg/ano e agora com o projeto de expansão para dez toneladas e tudo indica que esse projeto nós vamos ter que ampliar ainda mais porque tem diversas empresas já desenvolvendo produtos com o grafeno e estão percebendo que agrega valor, diminui o custo, aumenta a resistência e com isso do ponto de vista de mercado as empresas locais e brasileiras que estão trabalhando conosco, conseguem competir mais com relação ao mercado”, explica.

    De placas balísticas para coletes à prova de balas, capacetes militares, peças para automóveis, tintas, óleos, plástico e uma série de produtos oriundos ou com grafeno na composição. Há uma infinidade de possibilidades e produtos que podem ser desenvolvidos com grafeno na composição. O coordenador do UCSGRAPHENE, Diego Piazza, fala sobre a potência da matéria e o salto tecnológico que coloca o Brasil no cenário mundial na produção de grafeno e desenvolvimento.

    “Quando nós pegamos um grafite, que nada mais é que uma pilha de baralhos, (que é uma explicação muito simples) e conseguimos retirar uma dessas folhas e transformar em grafeno. Nós conseguimos agregar em produtos no mercado. Colocar produtos no mercado e desenvolver novos mercados que até então não existiam. O grafeno (e existem vários tipos) e aquele mais adequado que se tem para a indústria é aquele que se tem uma viabilidade técnica e econômica. A gente sempre fala isso. Mas quando a gente coloca esse produto no mercado a indústria começa a desengavetar projetos que até então não existiam o potencializar os produtos. O grafeno tem como uma característica emprestar suas propriedades, para os materiais. Quando ele empresta as propriedades, ele faz com que a gente dê um salto tecnológico incrível. E esse salto colabora para impulsionar o Brasil no cenário mundial e esse é o nosso desejo”, comenta.

    Ser portador e não apenas exportador do grafeno, é um dos objetivos do UCSGRAPHENE. O reitor Evaldo Kuiava lembra a missão de auxiliar o desenvolvimento da região e sente orgulho em ter um produto inovador saindo de Caxias do Sul para o mundo.

    “Para nós todos é um orgulho que a universidade nasceu a 54 anos, enquanto universidade com a missão em ajudar com o desenvolvimento da região. E nós olhando essa história, conseguir agora um produto inovador que é apenas mais um dentro de tantas pesquisas que nós temos na nossa instituição. Contribuir com o desenvolvimento em nosso país. Nós temos matéria-prima abundante, o grafite existe no Brasil, mais de 60% das reservas mundiais estão no Brasil”, completa.