Justiça

Homem é suspeito de desviar dinheiro da Carris usando nome de criança morta

Homem é suspeito de desviar dinheiro da Carris usando nome de criança morta

Na manhã desta quarta-feira, dia 9, o Ministério Público (MP) deflagrou a Operação Antares para cumprir mandados de busca e apreensão na casa de Ivsem Gonçalves, de 58 anos, morador do bairro Hípica, na capital. Ele é suspeito de ser um dos beneficiários que recebeu irregularmente da Carris, entre 2015 e 2017, R$ 1,7 milhão em indenizações por acidentes de trânsito causados pela empresa.

As investigações demonstram que Gonçalves usava o nome de uma criança morta desde 1961, falecida aos três anos em decorrência de complicações de uma encefalite viral, para receber o benefício. De acordo com a polícia, o caso não teria nenhuma relação, portanto, com acidentes.

Investigação aponta que ex-servidor fraudava recebimento de benefício (Foto: Gaeco/divulgação)

Gonçalves desviou valores da empresa, conforme afirma o MP. O nome do menino morto também serviu para emitir carteira de identidade, abrir conta em banco, fingir ser advogado, comprar carro e doar dinheiro para campanhas eleitorais do PMDB. O dinheiro desviado teria sido usado para adquirir bens como joias e carros. Parte teria sido repassada a campanhas de candidatos do PMDB em 2016. Gonçalves saiu da Carris no começo de 2017. No mês passado, ele foi nomeado assessor parlamentar na Câmara Municipal de Porto Alegre.

O esquema foi descoberto pela Promotoria Especializada Criminal a partir de uma denúncia feita no ano passado por uma integrante da nova gestão da Carris. O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), tinha conhecimento da apuração. A fraude descoberta consistia em falsificar informações sobre ações e sentenças judiciais para justificar os pagamentos, que acabavam sendo direcionados ao fraudador, que usava a identidade da criança.