Brasil

Covid-19: Estudo aponta que faltam cerca de 5,5 milhões de vacinas no país para 2ª dose

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um estudo de pesquisadores do projeto ModCovid19, financiado pelo Instituto Serrrapilheira e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e formado por especialistas de várias universidades do país, aponta que praticamente todos os municípios do Brasil têm algum déficit de vacinas contra a Covid-19 para a segunda aplicação.

Para o grupo pesquisadores, formado por professores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa), as notícias de que milhares de brasileiros não estão indo aos postos de saúde se vacinar para a segunda dose contra o coronavírus são questionáveis.

“O que falta quase sempre é vacina”, diz o professor Krerley Oliveira, coordenador do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da Universidada Federal de Alagoas (UFAL).

Segundo o painel de monitoramento do ModCovid-19, abastecido com dados do DataSus de quinta-feira (20), praticamente todos os municípios do Brasil têm algum déficit para a segunda aplicação. No total, estão em falta 5.574.790 doses, 4,85 milhões da Coronavac (entregue pelo Instituto Butantan) e 715 mil da AstraZeneca (distribuída pela Fiocruz).

Conforme os pesquisadores, que buscam democratizar o acesso às informações sobre a luta contra a pandemia, o cálculo é simples. Se um município tem 100 pessoas que chegaram à data da segunda dose e apenas 90 imunizantes disponíveis, o déficit é de 10%.

Das 5.565 cidades do Brasil, aparecem sem problemas no estoque para essa aplicação complementar apenas quatro: Viçosa (RN), São Francisco do Sul (SC), Reserva do Cabaçal (MT) e Minduri (MG).

Somente sete municípios têm os estoques suficientes da Coronavac, contra 694 da AstraZeneca. O país também está utilizando vacinas da Pfizer, mas as segundas doses só começam a ser aplicadas em junho.

Na outra ponta da tabela, três pequenos municípios cearenses apresentam a situação mais grave do país, com 100% de déficit. Em Araçoiaba, com 26,5 mil habitantes, não havia nenhuma das 110 doses necessárias à população na quinta-feira. Granjeiro (4,8 mil moradores) precisava de 152 e os estoques estavam zerados. Em Camocim (64 mil), faltavam todas as 1.738 necessárias a quem tinha levado a primeira injeção do imunizante.

Até a última sexta-feira (21), o Ministério da Saúde já tinha encaminhado pelo menos 90,6 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aos estados e Distrito Federal desde o início da campanha de nacional de imunização, em 18 de janeiro. Além da Coronavac e da Oxford/AstraZeneca, também começou a distribuição da Pfizer em maio.

7,6 milhões de erros em lista de vacinados

No sábado (22), o R7 publicou reportagem desse mesmo estudo, que encontrou 7,6 milhões de erros no cadastro de vacinados por Covid-19 no Brasil. Entre os equívocos descobertos pelo pool de pesquisadores, um morador de SP se imunizou 21 mil vezes e há também 150 mil casos de imunizações duplicadas e uma aplicação dada em junho de 1923.