Bento Gonçalves

Polícia aponta falha humana em acidente com mulher em parque de Bento

Acidente ocorre há mais de uma semana (Foto: Polícia Civil/divulgação)
Acidente ocorre há mais de uma semana (Foto: Polícia Civil/divulgação)

O inquérito aberto pela Polícia Civil de Bento Gonçalves para apurar as responsabilidades sobre o acidente ocorrido no domingo, dia 15, em um parque de diversões localizado no distrito de São Pedro, em Bento Gonçalves, e que deixou uma mulher de 32 anos ferida, foi causado possivelmente por uma falha humana.

A mulher, que é atleta de artes marciais, fraturou o pé esquerdo e teve uma luxação no direito, quando bateu com os dois pés em uma barra de ferro, localizada numa espécie de plataforma no chão, que não teria sido recolhida, ao utilizar um brinquedo em que uma cadeira é arremessada em pêndulo, como um balanço gigante.

De acordo com o delegado Arthur Reguse, titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), uma perícia realizada nesta quarta-feira, dia 25, no local, constatou que o operador falhou ao não recolher uma barra de apoio do brinquedo.

O inquérito deve ser concluído em 30 dias e, caso a negligência seja comprovada, ele deverá ser indiciado por lesão corporal culposa.

“O que se conclui ali é que o operador responsável por cuidar dessa parte da plataforma elevada e do recolhimento da barra de ferro não teve a devida cautela para recolher o equipamento e evitar esse acidente. Estamos nesse caso verificando a possível lesão corporal culposa que se confirmou agora por essa operação que demonstrou falha humana, e também se existe algum crime contra o consumidor, no caso em que esteja explorando atividade de risco sem autorização”, afirmou o delegado.

Polícia esteve no local periciando o equipamento nesta quarta-feira (Foto: Polícia Civil/divulgação)

Reguse porém disse que o parque “está dentro das conformidades” nas questões estruturais e de documentação, mas garantiu que novas perícias serão feitas pelo município e pelo Corpo de Bombeiros, e lembrou que a administração do parque está prestando assistência à vítima, inclusive com a designação de uma cuidadora para a mulher.

De acordo com o delegado, o proprietário afirmou que deverá seguir a orientação da polícia para substituir o equipamento manual, cuja instalação teria sido uma exigência dos bombeiros, por um sistema automatizado, que impeça a cadeira de se soltar até que o corrimão esteja recolhido.

“Informei ao proprietário para realizar melhorias, retirar essa ação humana e incluir uma ação por automação. Existem dispositivos hoje de automação que não permitem, por exemplo, que a cadeira se solte lá de cima sem que esteja efetivamente baixado e todos os itens conferidos. Então, ele já está notificado e afirmou que vai buscar fazer essa melhoria o mais rápido possível”, revelou Reguse.

Ouça a entrevista do delegado:

Por conta disso, o equipamento não foi interditado. Para a autoridade policial, o equipamento é relativamente seguro, dependendo apenas de uma atenção dos operadores.

O delegado informou que a polícia deve esperar o resultado da perícia realizada nesta quarta-feira, e que o proprietário deverá apresentar em 10 dias a documentação comprovando a regularidade das atividades. Além disso, a polícia deverá ouvir o depoimento do proprietário e dos operadores que estavam no local no momento do acidente.

A mulher acidentada não se manifestou a respeito do ocorrido, mas a polícia informou que ela não quis representar contra o parque. Mesmo assim, ela tem seis meses para uma decisão.