Comportamento

Aos 73 anos, morre o jornalista e radialista Jorge Estrada

Foto: Divulgação
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O rádio gaúcho perdeu na manhã desta terça-feira (13) a lendária figura de Jorge Antônio Barbosa Estrada, de 73 anos de idade. Um dos comunicadores mais conhecidos e queridos do Rio Grande do Sul, ele atuou por quase 60 anos, deixando uma cara de carisma e bom humor entre os ouvintes.

Estrada nasceu em Canoas, no bairro da Chácara Barreto, em 19 de fevereiro de 1948. Antes do rádio, foi músico e também jogador de futebol. Baterista, tocou em diversos conjuntos da cidade natal, além de tentar a carreira como goleiro. Chegou a jogar no Paladino, de Gravataí, e foi chamado para um teste no Cruzeiro, de Porto Alegre.

O esporte era um hobby, mas a grande vocação de Jorge Estrada foi o rádio. Em Gravataí, ainda com 14 anos de idade, havia um serviço de alto-falante, que tocava música e dava informações locais. Neste local, levado pelo pai, começou a carreira na comunicação, que foi até 2019. Trabalhou em jornais e na maior parte das rádios na Capital.

Estrada se mudou para Caxias do Sul em 1998, para trabalhar na Rádio São Francisco, dois anos depois foi para a Rádio Caxias, onde ficou até 2017. Na emissora atuou como repórter esportivo, comentarista, narrador e apresentador de programas de jornalismo e esportes.

Com a marca do bom humor e das tiradas satíricas e inteligentes, marcou época no rádio caxiense, especialmente no programa Bom Dia Caxias, que ele apresentou por 13 anos.

O repórter do Grupo RSCOM, Mauro Teixeira, que por anos conviveu e trabalhou com Estrada, falou com carinho do amigo.

“Falar da morte do Estrada, pra mim é muito difícil. Ele sempre foi ídolo, né? Do rádio. Eu vivi muita coisa, assim, uns dez anos trabalhando com ele e tudo que ele fazia assim era legal, assim, de certa forma.

O jeito de dar notícias que eu faço hoje, eu me inspiro, copio talvez, no jeito que ele sempre fez. É, porque ele falava que a melhor maneira de dar uma notícia ruim, se é que existe, uma melhor maneira, é de um jeito bom. E não tem jeito bom de falar da morte, a gente tenta.

Eu trabalhei com ele de 2004 até 2013 e sempre, ele sempre foi um ídolo assim, né? Sempre foi alguém que trabalhou comigo e que eu não via ele como colega, eu vi ele como ídolo. Pro rádio, ele tinha muita rapidez de pensamento, podia ter ganhado muito dinheiro fazendo standup comedy, mas ele tinha que ser do ar, tinha que ser ao vivo, não existia texto pronto.

Então, foi uma grande figura, alguém que muita história e hoje pela manhã todo mundo estava lembrando um pouco, tudo que ele fez. Muitas que a gente podia contar, outras que não, mas era um cara cheio de história, era um cara fantástico e que infelizmente partiu. Todo mundo tem que ir. E hoje chegou a vez dele.”

Em reconhecimento a esta atuação, foi agraciado com o Troféu Ari Serra Gaúcha, em 2015, na categoria Comunicador. Jorge Estrada estava internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, e o velório acontece na tarde desta terça, no Cemitério Parque São Vicente de Canoas.

Para relembrar um pouco quem foi Jorge Estrada, o Portal Leouve recuperou um áudio, em que ele engana o colega Luiz Paniz, se passando pelo repórter esportivo “Jorge Ruas”, da Rádio Oriental, de Montevidéu, no Uruguai.