Comportamento

Vacinação contra Influenza: prioridade é de crianças, gestantes e profissionais de saúde

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Inicia nesta segunda-feira (12) a imunização contra a gripe. Postos de saúde de todo o país iniciam a 23ª Campanha Nacional de Imunização contra o vírus influenza, estruturado anualmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Neste ano, a vacinação deve ocorrer entre 12 de abril e 9 de julho.

Entretanto, em 2021, além da já conhecida vacina contra a gripe, a população brasileira também devem enfrentar o desafio de ir aos postos para se imunizarem contra a covid-19, que já matou mais de 340 mil brasileiros desde março de 2020. E o fato das duas campanhas acontecerem simultaneamente acabou gerando muitas dúvidas para a população.

A equipe do Portal Leouve conversou com a secretaria da Saúde de Caxias do Sul, Daniele Meneguzzi, que esclareceu as principais questões relacionadas à vacinação.

Qual vacina deve ser tomada primeiro?

“A vacina que deve ser feita em primeiro lugar é a vacina que está sendo ofertada para a população. Neste momento, a vacina ofertada para os idosos é a vacina contra a covid-19, já a vacina contra a influenza está sendo ofertada somente à crianças (de seis meses a cinco anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias pós-parto) e profissionais de saúde”, afirma.

Neste ano, o Ministério da Saúde inverteu o calendário de imunização contra a gripe para evitar qualquer tipo de confusão da parte da população. Os idosos, que normalmente eram os primeiros a serem vacinados, só serão imunizados na penúltima etapa, no mês de maio. Neste primeiro momento, ficaram como prioridade crianças e gestantes, que não podem ainda tomar vacina contra a Covid-19, e os profissionais da saúde, que foram os primeiros a serem vacinados contra a doença, pelo Programa Nacional de Imunizações.

As duas vacinas podem ser tomadas ao mesmo tempo?

“Não é recomendada a realização das duas vacinas ao mesmo tempo. O intervalo entre as vacinas covid-19 e influenza é de 15 dias. Então, se a pessoa fez a vacina para a covid-19 hoje, ela precisa esperar 15 dias para se vacinar contra a influenza, e o inverso da mesma forma”, relata Meneguzzi.

Esse intervalo deve ser respeitado para garantir a resposta imune do corpo à vacina, ou seja, o começo da produção de anticorpos contra a doença. Como não foram realizados estudos sobre as implicações de realizar a vacinação contra as duas doenças simultaneamente, não é possível afirmar que não há efeito colateral ou alteração na resposta imunológica do primeiro imunizante tomado.

A vacina contra a gripe também dá imunidade contra a Covid-19? Por que tomar os dois imunizantes?

“Tratam-se de duas vacinas completamente diferentes, com alvos de prevenção também diferentes. A vacina contra a covid vai proteger a população do vírus Sars-Cov-2, já a vacina contra a influenza vai prevenir os agravos relativos aos vírus da Influenza, H1N1 principalmente. Então, os objetivos são diferentes e é importante que os públicos a serem vacinados respeitem e atentem aos calendários vacinais e realizem as suas vacinas, principalmente quando se trata das crianças”, conclui a secretaria.

É de extrema importância ressaltar que a vacina contra o vírus da influenza não atua contra a covid-19 e vice-versa, por isso uma vacina não anula a outra.

Anualmente, a gripe afeta de 20% a 30% das crianças e cerca de 10% dos adultos em todo o mundo e mata entre 800 e 1000 pessoas no Brasil. A vacinação tem se mostrado a medida mais eficaz para conter o vírus influenza, que aumenta a circulação com a entrada do outono, e pode evoluir para casos graves, principalmente em idosos. A campanha de vacinação contra a doença ajuda, então, a reduzir a quantidade de casos graves de gripe que, sem a devida cobertura vacinal, pode levar ao crescimento do número de internações e de demanda dos serviços de atendimentos médicos e hospitalares. Além disso, a imunização contra o vírus influenza facilita o diagnóstico de novos casos de Covid-19, já que as duas doenças têm sintomas similares.