Caxias do Sul

Com penitenciárias superlotadas, presos já ficam detidos na delegacia em Caxias

Com penitenciárias superlotadas, presos já ficam detidos na delegacia em Caxias

Algumas horas depois que foram confirmadas as superlotações do Presídio Regional de Caxias do Sul (antiga Pics) e da Penitenciária Estadual, no Apanhador, as celas da Central de Polícia Civil já abrigam novos presos em ações das forças de segurança pública.

Presos estão na delegacia esperando vaga nos presídios (Foto: Mauro Teixeira)

Dos quatro presos na tarde desta terça-feira, dia 10, três serão encaminhados para o sistema penitenciário porque vagas foram abertas com a saída de outros. Um ficou recolhido no plantão. A partir de agora, os novos detidos ficarão na delegacia e só irão para o presídio assim que abrir vaga.

O que se temia ainda no ano passado com a interdição das casas prisionais pelo Poder Judiciário, se tornou realidade. Pela manhã, o estabelecimento carcerário do Apanhador já estava com as 756 vagas ocupadas, o que representa 175% da capacidade, teto estabelecido pela Justiça.

No presídio regional, a população carcerária também atingiu o máximo permitido por decisão da juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó, 200% da capacidade, preenchendo todas as 452 vagas.

De acordo com o delegado Vítor Carnaúba, o procedimento está sendo administrado e tudo sendo negociado pelo delegado regional Paulo da Rosa. Porém, há uma certa preocupação com o fato.

“Estamos administrando. Não temos nada definido. Ainda estamos negociando com o Poder Judiciário, delegado Paulo (Paulo da Rosa – delegado regional) está negociando em Porto Alegre. Por enquanto estamos administrando e a gente não tem nenhuma informação mais detalhada”, salienta.

As celas do plantão são de passagem, diferentes dos presídios, e não teriam estrutura para abrigar presos por mais de 24 horas com segurança.

Com a realidade escancarada e batendo à porta, outra preocupação é que presos tenham que ficar recolhidos nas viaturas da Brigada Militar (BM), fato que ocorreu com frequência na região metropolitana de Porto Alegre em decorrência da falta de vagas em presídios.