Minha avó, carinhosamente chamada de Dona Luizinha, teve 15 filhos. Como sempre fui muito curiosa, questionava e queria saber como meus avós se viraram para criar tantas crianças.
Luizinha, sem sombra de dúvidas, foi uma mulher forte, mas acima de tudo com sabedoria para respeitar a individualidade de cada membro da família.
Sempre soube acolher as angústias de quem convivia ao seu lado e através de uma escuta empática dava bons conselhos a quem pedia.
Nas histórias em que eu ouvia, chamava atenção do quanto ela era dedicada aos seus 15 filhos e como dava a chance para que todos se expressassem. Ela os tratava como seres humanos, já que a maneira apropriada de cuidar de uma criança é idêntica à maneira apropriada de criar qualquer pessoa.
Muitos hoje a tachariam de louca e até de permissiva. Mas, ao lado do vô Ari, criou com esmero seus filhos e ajudou na educação dos netos.
Frases que ela usava sistematicamente, eu incluo hoje em meu dia a dia:
– Tudo vai passar; e
– São só crianças.
Talvez esse seja o segredo para uma vida de tantas alegrias. Entender que tudo é impermanente e que crianças precisam ser olhadas com mais empatia.