Comportamento

Brasileiros resgatados em Wuhan dizem que era melhor ter ficado na China

Brasileiros em Wuhan embarcam em avião do FAB, em fevereiro de 2020.
Brasileiros em Wuhan embarcam em avião do FAB, em fevereiro de 2020.

No dia 09 de fevereiro do ano passado, aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) aterrissaram em Goiás com 34 brasileiros que estavam em Wuhan, na China. Naquele momento, a cidade era o epicentro do coronavírus. Mas, um ano depois, alguns dos brasileiros resgatados disseram para o jornal Extra que era melhor ter ficado na China.
“Todos falam que, se soubéssemos como [o Brasil] estaria hoje, não teríamos voltado para cá”, disse Adrielly Eger, modelo catarinense que foi trazida de Wuhan para o Brasil.

Quando os brasileiros chegaram de Wuhan, o Brasil ainda não tinha nenhum caso de covid-19 confirmado. Hoje, o Brasil é o terceiro país do mundo com mais casos de covid-19, atrás de Estados Unidos e Índia, e se aproxima de 10 milhões de casos. Já a China tem pouco mais de 100 mil casos, o que a coloca na posição 82 no mundo. Os números são da Universidade John Hopkins.

“Eles [chineses] tiveram coerência. Quando foi preciso, fecharam tudo, foram radicais. Aqui [no Brasil] foi um caos total. Não havia conversa entre estados, municípios, governo. O presidente queria abrir, o resto queria fechar. Por isso a crise está se estendendo tanto tempo”, falou para o Extra o analisa mineiro Vitor Campos, também resgatado de Wuhan.

A frustração por ter deixado a China não acometeu só os brasileiros. Em entrevista para a BBC, o britânico Matt Raw, também disse que se arrependeu. A saída dos britânicos da China ocorreu antes da dos brasileiros, no final de janeiro de 2020.

“Nós estaríamos muito mais seguros e livres se tivéssemos ficado na China. Eles [chineses] agiram rápida e eficazmente e fecharam as cidades, era a coisa certa a fazer”, disse Raw.

Já o paulistano Kenyiti Shindo, que ficou em Wuhan, disse à BBC News Brasil que a situação na cidade chinesa “está praticamente normal”. “Usamos máscara quando entramos em locais fechados, como bares, restaurantes ou shopping centers. Claro que existe uma preocupação de que o vírus volte, mas tudo já funciona como antes”.

Fontes: UOL/BBC