O novo Círculo de Fogo faz o beabá do supersentai com competência, sem fugir do tom de filme B despretensioso com humor autorreferencial. A sessão pode até ser bastante prazerosa se o espectador estiver disposto a ignorar todas as reduções que generalizam situações, tipos e conceitos vistos no primeiro longa.
Os personagens, por exemplo, são basicamente divididos entre os excêntricos e os marrentos, únicos traços de personalidade que os define, e não por acaso os melhores ainda são aqueles que Del Toro havia criado (e que ganham aqui tamanho desproporcional à sua importância original, como Herman Gottlieb). De resto, Círculo de Fogo 2 teria se beneficiado muito com menos Scott Eastwood e mais Jin Zhang (de que adianta escalar os astros chineses de artes marciais para agradar o público local se eles não dão uma voadorazinha).
“A revolta”, que marca a estreia de Steven S. DeKnight (roteirista dos seriados “Demolidor” e “Spartacus”) na direção de longas para o cinema, deixa de lado as pretensões artísticas de Guillermo del Toro e se assume como diversão escapista. Nesse caso específico é até uma melhora, já que quem curte esse tipo de filme não liga para o desenvolvimento da narrativa ou dos personagens, a motivação é mesmo assistir a robôs gigantes fazendo os monstros de saco de pancada. Tem também um resultado melhor do que o coirmão “Transformers”, mas, depois de um tempo, a pancadaria se torna enfadonha para o público em geral.
Sinopse: Filho de Stacker Pentecost (Idris Elba), responsável pelo comando do programa Jaeger, Jake (John Boyega) era um promissor talento do programa de defesa, mas abandonou o treinamento e entrou no mundo do crime ao vasculhar ferros-velhos em busca de peças de robôs abandonados. Perseguido após não encontrar uma peça valiosa, ele encontra o esconderijo da jovem Amara (Cailee Spaeny), que clandestinamente está construindo um Jaeger de porte pequeno. Ambos tentam fugir usando o robô, mas acabam sendo capturados. Para escapar da prisão, eles são enviados ao treinamento de pilotos Jaeger. Lá Jake reencontra sua irmã de criação Mako (Rinko Kikuchi), uma heroína da época do combate contra os kaiju, que tenta lhe ajudar a se areadaptar ao ambiente militar.
Fonte: OGlobo / Foto: Reprodução Internet